Dicas para quem quer estudar fora

Da escolha do país ao planejamento das finanças, veja o que considerar na hora de escolher uma instituição para sua graduação no exterior

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Foto do author Nathalia Molina
Por Nathalia Molina e Alex Gomes
Atualização:

Incrementar o currículo, aprimorar a fluência em outro idioma, enriquecer a bagagem cultural ou mesmo mudar a vida por completo e se tornar um cidadão de outro país. São várias as motivações que levam alguém a decidir cursar uma graduação fora do Brasil.

Em 2019, cresceu em 5,89% o total de intercâmbios feitos por brasileiros, em relação ao ano anterior, passando de 364,4 mil estudantes para 386 mil. Foi o que mostrou a pesquisa Selo Belta 2020, da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta). A organização reúne instituições brasileiras responsáveis por cerca de 75% do mercado de educação internacional no País. O setor de intercâmbio movimentou US$ 1,3 bilhão em 2019 - o estudo sempre se refere a dados do ano anterior e reúne informações de todos os tipos de cursos.

Instituições britânicas, como Oxford, são buscadas por brasileiros para ensino superior, assim como canadenses e americanas Foto: Toby Melville/ Reuters

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Os mesmos destinos se mantêm em alta na preferência dos brasileiros há três anos, no levantamento da Belta, desenvolvido pelo grupo Mobilidade Acadêmica, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O Canadá vem sempre em 1.º lugar - já são 15 anos assim -, seguido dos Estados Unidos. Em 2019, a Irlanda passou o Reino Unido, enquanto a Austrália continuou na 5.ª colocação.

Pelo modo responsável como enfrenta a covid-19, a Nova Zelândia aparece na pesquisa como tendência para intercâmbios no futuro, provavelmente substituindo a Irlanda no top 5. Os agentes relataram queda de 46% nas vendas na pandemia.

Desde 2017, os cursos de idioma e de língua combinados com trabalho são os mais buscados por brasileiros. O interesse por graduação no exterior ficou na 7.ª posição na pesquisa Selo Belta 2020. Para ensino superior, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido costumam ser muito procurados por brasileiros. Portugal vem despertando interesse nos últimos anos, pela possibilidade de usar para ingresso a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Confira dicas para quem busca uma graduação no exterior: 

Pesquise sobre o lugar

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O estudo será a principal atividade no exterior, mas não a única. Assim como no país natal, o cotidiano é marcado pelo contato com a cultura local. Por isso, a escolha da cidade e do país são tão importantes quanto a definição da instituição. Quanto mais complicada for a adaptação, piores são as condições para estudar. Se a vivência for convidativa, maior a chance de que seja academicamente produtivo.

Informe-se sobre instituições

Feiras de intercâmbio costumam render boas informações em palestras ou no contato direto com expositores - entre eles estão empresas, instituições de ensino e governos que investem na divulgação de programas educacionais no Brasil. Na pandemia, esses eventos continuaram a ser realizados, no formato virtual. Uma delas foi a The Student World, com opções de intercâmbio em vários países. Já a EduCanada é a feira anual oficial do governo canadense. 

Prepare-se para o processo

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As exigências para graduação variam conforme o país e a instituição. Mas o processo geralmente inclui: avaliação do desempenho no ensino médio e no último ano do fundamental por meio do Grade Point Average (GPA), uma média geral das notas convertidas em uma nota de corte da instituição; realização de exames de aptidão, como o Scholastic Aptitude Test (SAT) ou o American College Testing (ACT), que funcionam como um “vestibular” padronizado bem aceito nos Estados Unidos.

Invista na proficiência

O Test of English as a Foreign Language (Toefl) e o International English Language Testing System (Ielts) medem a fluência no inglês. Para graduações no Reino Unido, é recomendado o Ielts, um teste britânico.

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Faça atividades extras

Conta a favor fazer atividades extracurriculares, como feiras de ciências, trabalho voluntário, esportes, música, dança, artes e olimpíadas acadêmicas. É por meio dessas atividades que a instituição mapeia as habilidades socioemocionais e experiências de vida do candidato.

Treine para a redação

Os temas são definidos pela banca avaliadora, mas sempre são sempre relacionados a algo pessoal, por exemplo, momentos importantes da vida, sonhos e desafios ou motivos para escolher aquela instituição. A entrevista é usada por algumas instituições, principalmente as mais disputadas, com o intuito de conhecer melhor o aluno. Costuma ser a última etapa da seleção.

Organize os documentos

O primeiro a ser providenciado é o passaporte. Em seguida, deve-se verificar se o país requer visto de estudante para dar entrada. O processo pode ser bem demorado; por isso, vale se programar com antecedência. 

Faça as contas

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Deve-se considerar moradia, alimentação, transporte (incluindo passagens aéreas), vestuário (podem ser necessárias roupas de inverno bem mais quentes) e custos da instituição (mensalidades e material didático).

Busque bolsas

Vale procurar bolsas de estudo oferecidas por instituições, fundações ou governos. Entre as opções há o Fulbright, programa vinculado aos governos dos Estados Unidos e do Brasil que concede bolsas bilaterais; o Global Affairs Canada (GAC), destinado a estudo e pesquisa no Canadá; e o Campus France, agência do governo francês com um catálogo de bolsas no país. A maior parte das bolsas é oferecida por mérito acadêmico, necessidade financeira e talento (por exemplo, cursos ligados a artes).