Dia do Psicólogo: tire as principais dúvidas sobre o curso e a profissão

Em comemoração à data, listamos algumas das perguntas mais frequentes sobre a graduação e o trabalho destes profissionais

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Por Ítalo Lo Re
Atualização:

27 de agosto. Neste mesmo dia, mas em 1962, o presidente João Goulart sancionou a Lei 4.119, que regulamenta a profissão de psicólogo no Brasil. De lá para cá, a data passou a ser utilizada para a celebrar o Dia do Psicólogo, em homenagem ao profissional que estuda o comportamento humano e pode atuar no diagnóstico, tratamento e prevenção de distúrbios emocionais e de doenças mentais.

Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana

Carl Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia analítica.

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Quem destaca a frase acima é a psicóloga, orientadora profissional e fundadora do projeto Ritus, Kátia Ura. Para ela, um fator que explica bem a multidisciplinaridade da área é o fato de que, “onde há gente, a psicologia pode ser útil”. Com isso, muitos estudantes acabam procurando o curso pelo desejo de “compreender a alma humana” e só definem como atuar na prática durante a graduação.

“O século 21, sobretudo agora com a pandemia, é marcado pelas chamadas ‘doenças da alma’. Depressão, ansiedade, doenças psicossomáticas: tudo isso faz com que a psicologia seja vista com menos preconceito do que antes e haja menos resistência na adesão à terapia”, explica. Em celebração ao Dia do Psicólogo, ouvimos Kátia Ura sobre algumas das dúvidas mais frequentes sobre a profissão.

Estudantes usam máscaras no primeiro dia de aula naUniversidade Purdue. Foto: AJ Mast/The Washington Post

A psicologia é uma ciência? Como conceituá-la?

A expressão psicologia vem das palavras gregas ‘psyché’ (alma, espírito) e ‘logos’ (estudo, razão, compreensão). Ou seja, significa ‘estudo da alma’, ‘compreensão da alma’. Em meio a isso, a psicologia é considerada uma ciência, porque muitos dos estudos e teorias utilizados na profissão são embasados por pesquisas que seguem metodologias científicas para buscar compreender, descrever e explicar a dinâmica do indivíduo em relação a ele mesmo, ao próximo e ao mundo ao qual pertence. E, por consequência, buscar formas de intervenção que sejam úteis às demandas psíquicas, comportamentais e emocionais do ser humano.

O que é ensinado em um curso de psicologia?

Em geral, os cursos de psicologia oferecem muitas disciplinas teóricas, principalmente nos dois primeiros anos. Abordam as diferentes correntes da psicologia e introduzem o estudante às psicologias clínica, escolar, organizacional, hospitalar e social

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Além disso, estuda-se também algumas bases da neurologia, antropologia, psicologia do desenvolvimento e psicanálise. Por fim, começam as disciplinas e atividades práticas, como intervenções em escolas e estágios em hospitais — fundamentais para que o estudante experimente e compreenda com qual atuação mais se identifica.

O curso pode ser licenciatura ou bacharelado?

Sim. Geralmente, muitos estudantes, principalmente os que se interessam pela área da educação, decidem fazer a licenciatura junto ou logo após o bacharelado, para ampliar as possibilidades do ingresso no mercado de trabalho. 

A licenciatura permite que o profissional atue em sala de aula como professor do ensino fundamental, médio ou profissionalizante, podendo trabalhar também em instituições de ensino com educação especial. Já o bacharelado é a forma mais comum do curso de psicologia, já que forma psicólogos e pesquisadores que poderão atuar em clínicas, escolas, hospitais e empresas. 

Qual é o período de duração do curso de psicologia?

Em geral, os cursos de psicologia têm duração de cinco anos.

As especializações nas áreas da psicologia ocorrem dentro da própria graduação?

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Não, no entanto, a graduação em psicologia é um espaço de muitas experimentações na área, já que o aluno acaba estudando de tudo um pouco e faz disciplinas eletivas (optativas) que interessam mais. 

Em geral, as aulas práticas ajudam muito a perceber o que mais motiva e o que mais faz sentido para cada um. Por exemplo, um estudante que é mais voltado para a educação vai se direcionando para disciplinas de psicologia escolar, orientação profissional e até mesmo para fazer licenciatura. Enquanto aquele que se interessa mais pela área da saúde vai se nortear para escolhas ligadas à psicossomática e à psicologia hospitalar.

Ainda assim, depois que termina a graduação, cada profissional deve buscar se aprofundar naquilo que mais o tocou e fez sentido. É nesse momento que entra a busca por especializações que possam ajudá-lo nesse processo de aprimoramento, como as que abordam a psicanálise.

Como alguém formado em psicologia pode atuar no mercado de trabalho? 

Partindo do ponto de que a psicologia significa “estudo da alma humana”, todos os lugares onde existem seres humanos e demandas relacionadas às questões emocionais, interpessoais e comportamentais podem receber a atuação de um profissional da área. 

Pensando em categorias institucionais e organizacionais, os psicólogos podem atuar em psicologia clínica, orientação profissional, psicologia do esporte, psicologia educacional, psicologia da saúde, psicologia organizacional, psicologia jurídica, psicologia social, entre outras áreas.

O que é preciso para exercer a profissão?

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Para exercer a profissão, depois de formado, o psicólogo precisa estar inscrito no Conselho Regional de Psicologia (CRP). Para atuar na área, é importante sempre se atualizar por meio de estudos, aprimoramentos e supervisões. Além de trabalhar com olhar e escuta empáticos.

Quais as diferenças entre um psicólogo e um psiquiatra?

Os psicólogos são os profissionais com formação em psicologia que tratam transtornos mentais por meio de terapias. A ajuda desse profissional é indicada em casos de dificuldade em lidar emocionalmente com crises da vida — como fim de relacionamento, luto, depressão e ansiedade.

Já os psiquiatras têm formação em medicina e especialização em psiquiatria, podendo contribuir com tratamentos por meio da medicação. Tratam transtornos psiquiátricos, como síndrome do pânico, esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), entre outros.

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