Decisão sobre flexibilizar máscara em escolas de SP pode ocorrer em 2 semanas, diz secretário

Tema é debatido no comitê científico; países europeus e os Estados Unidos flexibilizaram exigência da proteção para crianças

PUBLICIDADE

Por Julia Marques
Atualização:

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse nesta quarta-feira, 2, que uma decisão sobre flexibilizar o uso de máscaras pelas crianças em escolas pode ocorrer nas próximas duas semanas. O tema, afirmou o secretário, está em debate no governo paulista.  A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa para apresentar dados sobre a queda de aprendizagem durante a pandemia. 

Ele afirmou que o mundo inteiro caminha para a retirada de máscaras das crianças menores. “Acho que essa é uma tendência aqui, mas essa discussão está sendo feita pelo comitê científico do governo”, disse o secretário. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda máscaras para crianças acima de 5 anos quando há alto risco de transmissão da covid no local.

Exigência do uso de máscaras em escolas tem sido discutida em outros países, como nos Estados Unidos Foto: Kaylee Greenlee Beal/Reuters - 11/01/2022

PUBLICIDADE

Como o Estadão mostrou, os Estados Unidos e países europeus flexibilizaram o uso de máscaras pelas crianças em escolas, nas últimas semanas. O debate também vem ganhando força no Brasil.  No Rio Grande do Sul, a gestão Eduardo Leite (PSDB) anunciou no sábado, 26, a suspensão da obrigatoriedade de máscaras para menores de 12 anos. 

Estudos científicos sobre o tema não são conclusivos. Alguns apontam impactos importantes do uso da máscara nas interações com professores e colegas. Outros não reportam esses efeitos. As pesquisas também indicam que é inquestionável a proteção das máscaras na transmissão da covid-19.

“Ainda não temos decisão. Sinceramente, talvez nas próximas duas semanas a gente tenha uma decisão nesse sentido”, continuou o secretário. Rossieli, no entanto, ponderou que se a retirada das máscaras elevar o risco de fechamento das escolas, é preferível não abrir mão da proteção. 

O secretário destacou que uma norma em vigor hoje, elaborada pela Comissão Intergestores Bipartite do Estado de São Paulo (CIB/SP), determina o afastamento de pessoas que tiveram contato com infectados sem máscara. Caso a obrigatoriedade das máscaras em escolas seja retirada - e essa norma mantida - isso implicaria em fechar salas de aula inteiras quando houvesse um caso positivo na turma. 

"Como discutir tirar a máscara em sala de aula se todos vão estar lá a aproximadamente um metro? Então todo mundo é contactante e aí teria que fechar (a sala). A discussão da máscara não é só da máscara, mas dos outros protocolos. Espero que a área da Saúde, ao colocar na mesa a discussão da máscara, também coloque no tempo correto essa outra discussão." 

Publicidade

Em fevereiro, o documento da CIB/SP publicado no Diário Oficial recomendou o fechamento de escolas após dois casos da doença que tenham frequentado, por exemplo, o mesmo refeitório. Na época, Rossieli disse ao Estadão que foi surpreendido pela recomendação e que não participou da discussão no governo.

Nesta quarta-feira, o secretário voltou a falar sobre a necessidade de revisão da norma. “Nós (a escola) somos um ambiente muito mais controlado. Devemos fazer qualquer esforço para não ter fechamento de escola em hipótese alguma.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.