SÃO PAULO - Em uma sala de aula do prédio de Letras da Universidade de São Paulo (USP), alunos fazem simulações de entrevistas para vagas em repúblicas e decifram contratos de aluguel. Tudo isso em alemão. “Levo contratos de moradia para eles se familiarizarem com o vocabulário. Se não souberem as cláusulas que costumam aparecer, podem ser pegos em uma enrascada”, explica a professora Juliana Collaço, que dá aulas para o curso de alemão para intercâmbio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
A modalidade, que surgiu para atender à demanda de alunos interessados no Ciência sem Fronteiras, é totalmente voltada para a prática. “O objetivo é proporcionar ao aluno uma visão antecipada do que vai ser a vivência na Alemanha”, explica Juliana. Para participar das aulas, é necessário que os estudantes já tenham nível básico da língua.
Com planos de fazer o pós-doutorado na Alemanha, a professora universitária da área de Farmacologia Walkyria Sigler, de 51 anos, escolheu o curso para voltar a ter contato com o idioma. Ela já havia viajado para o país em 2001, durante o doutorado. “Senti dificuldade em vários aspectos que não tinham relação exatamente com a língua, mas com o ambiente e com a parte administrativa”. Para ela, diminuir a tensão cultural é essencial para se dar bem e se sentir mais apto para estudar ou pesquisar fora.
A preparação no Brasil ajuda a garantir uma experiência mais interessante no exterior. “O aluno deve ir além do que os professores apresentam em sala de aula, fazendo bom uso da internet e se familiarizando com a cultura”, defende Juliana. Aproveitar as opções de São Paulo para conhecer a gastronomia alemã, por exemplo, também é uma boa pedida para já entrar no clima.