Cursinhos, escolas. Recomeça a maratona

No retorno às aulas, estudantes já esperam pelas dificuldades do segundo semestre

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Por Agencia Estado
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Quem descansou, descansou. A rotina escolar agora é outra para muitos dos alunos que voltam hoje de férias. Em agosto, cresce o número de matrículas nos cursinhos e, ao mesmo tempo, escolas correm com o conteúdo para deixar o estudante pronto para o vestibular. Tomam lugar as revisões, os simulados, a apreensão. Para os menores, uma dose também pequena disso tudo: é hora de se preparar para os vestibulinhos que selecionam neste semestre alunos para vagas de 2003 nos colégios mais procurados. "Temos de acabar o ano letivo até outubro. Depois, é só pensar no vestibular", diz o diretor-presidente do Colégio Bandeirantes, Mauro Aguiar, referindo-se ao 3.º ano do ensino médio. Segundo ele, a realização do vestibular da Fuvest no dia 17 de novembro e o sucessivo aumento do conteúdo exigido na prova fazem com que as aulas sejam "aceleradas brutalmente". A aluna do colégio Andrea Mendes Cembranelli, de 17 anos, aproveitou o mês de julho para estudar as duas apostilas de revisão dadas pelo Bandeirantes aos vestibulandos. "Tem muita coisa para rever dos três anos de ensino médio", diz Andrea, que pretende participar das provas da Fuvest e da Pontifícia Universidade Católica (PUC), concorrendo a uma vaga em psicologia. Além de intensificar os estudos ou justamente por causa disso, escolas oferecem também neste semestre aulas de relaxamento para os vestibulandos. Segundo a responsável pela orientação educacional do ensino médio do Colégio Lourenço Castanho, Ruth Broggin, todos os alunos do 3.º ano fazem atividades de respiração, com o auxílio de músicas. "A idéia é deixá-los mais tranqüilos." Concorrência - Sem handebol e estudo em dobro. A aluna do 3.º ano do Colégio Dante Alighieri Mariana Pellegrini vai parar de treinar nos próximos meses e usar as tardes para aulas em um cursinho. "À noite, vou estudar para as provas da escola e para o vestibular", diz a vestibulanda, que apesar de temer o stress, está ansiosa para começar a maratona em busca da sua vaga no curso de medicina. O número de matrículas no cursinho do Objetivo, por exemplo, é três vezes maior neste período do ano. Mas cresce também a procura nos cursos para vestibulinho. Além de pagar mensalidades escolares de mais de R$ 700, pais gastam ainda um valor equivalente para preparar os adolescentes para conseguir uma vaga nos colégios tradicionais. No curso Vésper, na Vila Madalena, eles têm aulas três vezes por semana de português e matemática. Os candidatos enfrentam provas cuja concorrência é em média de quatro candidatos por vaga. A grande dificuldade nos colégios mais procurados - que têm até filas de espera com nomes de crianças que ainda nem nasceram - é que as vagas só surgem quando alguém sai da escola. Este ano, segundo o vice-reitor do Colégio Santo Américo, dom Geraldo Gonzales y Lima, na 1.ª série do ensino fundamental já há 40 inscritos e serão abertas entre 6 e 8 vagas.

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