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Cristovam quer dinheiro de dívida externa na escola

Na 13.ª Conferência Ibero-Americana de Educação, ministro brasileiro insistiu na proposta de reter até 10% dos juros de dívidas para investir em Educação

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro Cristovam Buarque defendeu na quinta-feira, na 13.ª Conferência Ibero-Americana de Educação, trocar parte da dívida externa por investimentos em educação. Ele sugeriu que seja criado um fundo para o qual seria direcionado 10% do serviço das dívidas (juros e amortizações). "É trocar a dívida financeira pela dívida com as crianças." Segundo Cristovam, a idéia já é adotada por países latino-americanos como Bolívia e Peru. Em ambos, parte da dívida é renegociada com o objetivo de permitir investimentos sociais. Pela proposta do ministro, os governos deixariam de pagar parte da dívida desde que usassem o excedente em escolas, professores, alfabetização de adultos etc. Cristovam sugeriu que haja uma negociação em bloco e o dinheiro seja direcionada a um fundo, que chamou de banco. "Um país pode receber mais, outro menos, conforme os projetos apresentados." Ele admitiu que haverá dificuldades para os credores aceitarem a proposta. Mas disse acreditar que questões sociais vão cada vez mais fazer parte das negociações da dívida. A idéia também está sendo defendida por Venezuela e Argentina, que pediu o apoio das agências das Nações Unidas para a Educação e Ciência (Unesco) e para a Infância (Unicef) e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). Ministros de seis países ibero-americanos e representantes de 20 nações, além de membros de organizações internacionais, participam da conferência, que termina nesta sexta-feira. Cristovam será o relator do documento final do evento, que vai indicar metas para políticas educacionais comuns.

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