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Cristovam culpa também o PT por exclusão escolar

Ministro espanta-se com reação do governador paulista a suas críticas sobre crianças fora da escola em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, espantou-se com a reação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à crítica de que o Estado mais rico do País tem o maior número de crianças fora da escola. Ele ponderou que a culpa por esta situação não é somente do governo estadual e lembrou que muitas prefeituras paulistas são comandadas pelo seu partido, o PT. Alckmin identificou ?muita partidarização? na análise que o ministro fez sobre o Mapa da Exclusão Educacional, que apontou haver 1.495.643 crianças que não freqüentavam escola no País, em 2000. ?Não tem nada de partidarização?, garantiu o ministro, lembrando que o problema da exclusão educacional não é só do governador e dos prefeitos, mas também do próprio ministro. Ao divulgar o mapa, na quarta-feira, o ministro considerou ?muito triste? o resultado de São Paulo. Nesta quinta, após saber das críticas de Alckmin, o ministro voltou a lamentar que o mais rico dos Estados seja o primeiro colocado em crianças fora da escola e o segundo, em analfabetos adultos. ?É ruim para a dignidade e o futuro de São Paulo.? Cadastramento O ministro sugere ao governador que reúna todos os prefeitos na capital para discutir os dados do IBGE usados para construir o mapa. Cristovam, que se dispõe a participar da reunião, disse que os dados podem até estar superados, já que são de 2000. Ele convidou o governo estadual a ser o primeiro a concluir o cadastramento das criança excluídas. "De repente", disse o minsitro, pode-se até comemorar que São Paulo não seja o campeão da exclusão educacional. ?Mas se tiver o maior número, não é culpa do governador, de prefeitos ou ministro; é fruto de uma realidade e juntos, em um ano, poderemos resolver isso?, propõe o ministro. Inep O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas em Educação (Inep), Carlos Henrique Araújo, um dos elaboradores do mapa, adotou um tom menos conciliador. ?Por trás dos números há gente?, afirma o diretor, que prefere os dados do censo do IBGE ao de matrículas das secretarias de educação. Ele insiste que o objetivo é levantar os nomes de todas as crianças excluídas, garantir a elas vaga, permanência na escola e ensino de qualidade. Araújo cita que São Paulo não só tem o número recorde de crianças fora da escola mas também uma massa de alunos com problemas de aprendizado. O último Sistema de Avaliação de Ensino Básico (de 2001) revelou que 44% dos alunos da 4.ª série encontravam-se nos estágios crítico e muito crítico em língua portuguesa. Apenas 9% lia e entendia perfeitamente o texto, os demais estavam em estágio intermediário. Um perfil semelhante ao do resto do País.

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