Crise faz diretor e superintendente da USP criticarem reitoria

Docentes cobram plano de ajuste financeiro; início do 2º semestre, nesta segunda, teve aulas suspensas e protesto de grevistas

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Por Victor Vieira
Atualização:

SÃO PAULO - A condução da crise da Universidade de São Paulo (USP) pela atual reitoria foi alvo de críticas do diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Sérgio Adorno, e da superintendente de Segurança da instituição, Ana Lúcia Schritzmeyer, em carta aberta divulgada nos últimos dias. Os docentes cobram um plano de recuperação financeira detalhado e transparência nos gastos.

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Os chefes de departamento da FFLCH também assinam o texto. Segundo eles, a reitoria não deve apresentar “só problemas - que todos reconhecem existir -, mas também soluções factíveis a curto e médio prazo”. Sem isso, o mal-estar na USP “só tende a se agravar”.

Procurado, o reitor Marco Antonio Zago não foi encontrado na noite desta segunda para comentar a carta. Desde que assumiu a gestão, ele tem enviado informes orçamentários e mensagens à comunidade acadêmica para explicar sobre a crise da USP, que gasta 105% das suas receitas com salários.

Na carta, os docentes ainda reclamam que Zago “congelou indiscriminadamente os salários” e apresentou somente dados globais sobre a folha de pagamento, sem dar um horizonte para resolver o impasse. Docentes e funcionários já estão em greve há 71 dias. 

Pressão. Após o corte de ponto de grevistas e a entrada da Polícia Militar no câmpus para impedir piquetes, funcionários da USP fizeram nesta segunda-feira, 4, protesto na frente do prédio da reitoria. No primeiro dia do segundo semestre letivo, parte das aulas também foi suspensa. 

Após o ato, que reuniu 200 pessoas, o grupo decidiu acampar no local por nova negociação. Grevistas de ao menos cinco unidades confirmaram corte de ponto pelos dias parados, o que acirrou ânimos. Alguns tiveram todo o salário descontado.

No Centro de Práticas Esportivas, o grupo remontou as barracas, desfeitas no domingo pela PM para cumprir reintegração de posse. O restaurante universitário não abriu. Em algumas unidades, como a FFLCH, praticamente não houve aulas. Em outras, como a Escola Politécnica, a rotina foi normal. 

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