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Conselho da USP discutirá adoção de cotas no vestibular da Fuvest nesta 3ª

Sessão do CO será deliberativa; órgão é tradicionalmente contrário à reserva de vagas

Por Carlos Lordelo
Atualização:

SÃO PAULO - O Conselho Universitário (CO) da USP se reúne nesta terça-feira, 25, para discutir a adoção de cotas no vestibular da instituição. O encontro começará às 14h no prédio da reitoria, no câmpus do Butantã, zona oeste. Do lado de fora, estudantes e ativistas do movimento negro farão um ato para pressionar os conselheiros a aprovarem a medida.

 

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O CO é a instância máxima de decisão da universidade. As cotas entram novamente em pauta após 20% dos conselheiros subscreverem um abaixo-assinado que defendia a discussão do assunto. A sessão desta terça será deliberativa, ou seja, poderá decidir pela adoção ou não da reserva de vagas.

 

A USP não tem sistema de cotas ou mesmo de bonificação para negros no vestibular. Ela mantém um programa de inclusão para estudantes da rede pública, o Inclusp, e o considera satisfatório.

 

No processo seletivo de 2012, a universidade matriculou 28% de alunos vindos de escolas públicas. No ano anterior, esse índice foi de 26% - o que refletiu na inclusão de 2,8% de pretos e 10,6% de pardos, totalizando 1.409 alunos com esse perfil.

 

Desde que o Inclusp foi criado, em 2006, Medicina, Direito e Engenharia - cursos de ponta - matricularam 87 alunos pretos até o vestibular de 2011. O número refere-se a 0,8% dos matriculados nessas carreiras. Preto é a terminologia usada pelo IBGE e pela USP para definir a cor da pele.

 

'A USP vai ficar preta'

 

O protesto em frente à reitoria foi convocado pela chamada Frente Pró-Cotas Raciais da USP, que elaborou o abaixo-assinado subscrito por parte dos conselheiros. A frente pede a adoção de reserva de vagas no vestibular segundo critérios sociais e raciais.

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Na página do Facebook em que convida para o evento, a frente diz que a USP deve "promover inclusão étnico-racial e democratizar o acesso ao conhecimento nela gerado, proporcionando acesso a todas as camadas da população". Até as 17h45 desta segunda, 24, 313 pessoas haviam confirmado presença no protesto, que pede: "Contamos com seu apoio para a USP ficar preta."

 

A sessão do CO contará com a presença de dois representantes indicados pela frente: Silvio Luiz de Almeida, advogado e professor de Direito da Universidade São Judas Tadeu, e Jupiara Gonçalves de Castro, servidora da USP que também milita pela aprovação das cotas.

 

O diretor da ONG Educafro, frei David Raimundo dos Santos, promete participar do protesto na Cidade Universitária. "A meritocracia que a USP adota para selecionar alunos é uma fonte de injustiça, e o C.O. não entende isso", afirma.

 

* A matéria foi corrigoda às 22h para alterar os nomes dos participantes do CO, no penúltimo parágrafo

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