
05 de outubro de 2011 | 12h22
“A prova de hoje é a que vale mais pontos. Não é exatamente difícil em relação ao tempo que tive, mas qualquer erro exige muito trabalho para refazer”, afirma Paolo Bueno, de 21 anos, de São Paulo. Ele é formado tecnologia da informação pelo Senai e, entre as tarefas do dia, teve que criar a identidade visual de um sistema, importar dados para um banco de dados e criar templates e layouts para papel.
Apesar de ter se esforçado, Paolo não tem ideia se foi bem. “Meu maior concorrente é o coreano. Eu fiz tudo, mas sei que errei em algumas partes”, disse ele, que quer conquistar algum prêmio para manter a “tradição” do desempenho do Brasil na área. “Somos bicampeões nessa habilidade, então espero ser também.”
Exigências. Durante a execução das tarefas, os participantes do WordSkills não podem conversar com ninguém. Os espectadores podem assistir às atividades na íntegra – algumas duram até quatro horas. A concentração de alguns deles é tanta que eles nem olham para a plateia. Há stands para excursões de escolas, onde as crianças podem interagir com objetos e “treinar” as habilidades que são exigidas dos competidores.
O mineiro Rafael Santos, de 20 anos, não pode chegar nem perto do stand onde ia competir, porque seus concorrentes estavam executando a mesma tarefa que ele vai enfrentar. “Se eu chegar perto, perco pontos”, afirma ele, que é formado em tornearia CNC pelo Senai e terá que fazer as peças exigidas pelos jurados.
Neste ano, estão competindo 944 estudantes de 46 profissões. Eles serão avaliados por 912 experts nas áreas de conhecimento – alguns deles são os próprios treinadores dos alunos que estão competindo.
“É um desafio julgar os outros, porque é nesse momento que vemos no que temos que progredir”, afirma Ana Loureiro, expert e treinadora da baiana Laysa de Meneses, de 20 anos, que compete na área de cozinha.
Segundo ela, Laysa, que treinou até dez horas por dia para o evento, terá que passar por dois módulos de atividades, cada um com duração de oito horas. Ela terá que montar menus completos, com entrada, primeiro e segundo pratos e sobremesa. “Não conheço os competidores dos outros países, mas, pelo que vi, o que nós duas treinamos é coerente com o que está sendo exigido”, afirma Ana, que acha que ficar entre os 15 primeiros é pouco.
* A repórter viajou a convite do Senai/CNI
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