Compra de fazenda para expansão da Unicamp é criticada

Com 143 hectares, a gleba da Fazenda Argentina custou R$ 157 milhões

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Por Pablo Pereira
Atualização:

A negociação da compra da Fazenda Argentina pela Unicamp avançou em 2012, depois que a universidade viu sinal verde na renegociação da dívida com a São Paulo Previdência (SPPrev). Em junho daquele ano, o Conselho Universitário (Consu) aprovou o negócio com 46 votos favoráveis, seis contra e seis abstenções. O reitor José Tadeu Jorge assumiu a reitoria em abril do ano passado e, em dezembro, recebeu aval reforçado do Consu (58 à favor, 4 contra, sete abstenções) para tocar o negócio. Mas a compra da área, anunciada finalmente em março, sofre críticas na comunidade acadêmica.

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Com 143 hectares, a gleba da Fazenda Argentina custou R$ 157 milhões. Nos próximos seis meses, a Unicamp vai discutir um novo Plano Diretor para decidir a ocupação.

Para o professor Jorge Stolfi, do Instituto de Computação, o dinheiro pago pela fazenda poderia ser investido"em dois cursos novos de graduação". O professor questiona ainda o preço da terra. "Para mim, a área tem valor comercial bem menor do que o valor negociado porque é cortada por uma avenida e tem áreas de preservação ambiental que limitam a exploração da área", argumentou. "Mas o que mais me incomoda é comprar uma área sem que tenha nenhum plano de ocupação", disse.

Ele criticou também o projeto de um centro de convenções da Unicamp, que está sendo previsto para o local. "Um centro de convenções vai dar prejuízo para a universidade", disse. Sobre o plano de um hospital, ele pondera que a ideia é positiva. "Mas também é estranho", questiona. "A universidade estava era querendo se ver livre até do hospital existente lá", argumentou. "Queriam repassar para a Secretaria da Saúde", justificou. Diante do amparo do Consu à compra, Stolfi admitiu: "Sou voz minoritária na Universidade", disse.

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