
26 de novembro de 2013 | 01h00
Com o Escuela Nueva, a socióloga mudou a realidade das escolas rurais – e depois das urbanas. A inovação chegou a 20 mil colégios e tornou-se política pública na Colômbia. Na década de 1980, estudo comparativo entre 11 países latino-americanos, da Unesco, apontou que só Cuba e Colômbia haviam conseguido melhores resultados nas escolas públicas rurais do que nas urbanas.
O programa migrou então para Nicarágua, Guatemala, Guiné, Peru, Honduras, El Salvador, Panamá, Paraguai, Brasil, República Dominicana e Chile, com apoio de organizações como Unicef, Save the Children e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Nos últimos anos, chegou ainda mais longe: México, Timor Leste, Vietnã e Zâmbia.
No decorrer de 40 anos, a socióloga que enfrentava longas viagens pelo interior de seu país virou vice-ministra da Educação da Colômbia, atuou como assessora regional em Educação das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe e fundou a Fundação Escuela Nueva, ONG que criou para expandir o modelo educacional. No fim de outubro, recebeu o Wise 2013, a mais importante premiação de educação do mundo – uma espécie de Prêmio Nobel da área –, promovido pela Fundação Catar.
Inovação. Vicky conta que as ideias que colocou em prática nos anos 70 não eram novas. Importantes pensadores e educadores as discutiam desde o início do século passado. “O novo não foi a concepção filosófica. O novo foi termos conseguido colocá-la em prática e a disseminado”, diz.
O Escuela Nueva centra a aprendizagem na criança e propõe um currículo com base no cotidiano e em avaliações flexíveis. Foca a relação da escola com a comunidade e enfatiza valores democráticos. E trabalha a capacitação dos docentes. “Qualquer professor em qualquer escola pode aplicar a filosofia e melhorar a aprendizagem de seus alunos.”
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.