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Colégios criam atividades para quem não é aluno

Escolas particulares da capital investem em cursos, palestras e projetos externos

Por Edison Veiga
Atualização:
Eclético. Entre as opções oferecidas pelo Equipe, há cursos de teatro, games e redação Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Colégios particulares de São Paulo estão abrindo as portas para aqueles que não estão matriculados em aulas regulares. Cursos livres, séries de palestras e outros projetos servem de cartão de visitas e também funcionam como ferramenta de integração das instituições com o entorno. 

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“A escola não pode ser simplesmente um local afastado da vida sociocultural da comunidade”, acredita o poeta Frederico Barbosa, coordenador cultural do Instituto Equipe, responsável por atividades no Colégio Equipe, de Higienópolis, região central. “Acreditamos em uma escola que vai muito além da educação, trabalhando no âmbito da cultura e das iniciativas sociais.”

Na programação do Equipe para este semestre, há cursos de roteiro de cinema a games – passando por redação, música e teatro. E há previsão de novos eventos. “Um dos projetos é trazermos ex-alunos para bate-papos”, adianta Barbosa. Já toparam a tarefa ilustres como o músico Arnaldo Antunes e a escritora Noemi Jaffe – e estão no radar da organização nomes como o da cineasta Laís Bodanzky e da cantora Mônica Salmaso. 

“Desde o começo do curso, o professor (Gilson Rampazzo) sempre falou que não havia pré-requisito nenhum. Aprendemos que, com persistência, dá para escrever um bom texto”, conta uma das alunas do laboratório de redação, Margareth Mendes Franzon Tamberg, de 61 anos. Formada em Letras, ela sempre trabalhou na área administrativa de empresas até que, em 2009, decidiu dedicar-se a cursos livres. “Pude me dar a esse luxo, de fazer coisas por prazer”, diz. 

Outra instituição que embarcou nessa ideia é o Elvira Brandão, colégio de Santo Amaro, zona sul. Fractal é o nome de um projeto que acabou se transformando em “uma rede colaborativa de aprendizado”, de acordo com a definição do diretor, Renato Júdice de Andrade. “Quanto mais adeptos tivermos nessa rede, mais diversidade de proposta teremos”, define ele, fazendo da premissa a própria condição: portas abertas. “Nessa perspectiva, somos constantemente desafiados a propor e a receber iniciativas para públicos com desejos e necessidades distintas do que estamos acostumados. E isso é muito bom.”

Os temas são variados. Na programação deste mês tem desde uma oficina sobre sexualidade na era digital até um curso sobre recursos oferecidos pelo Google. “Vem muita gente de fora: para aprender e para ensinar”, diz Andrade. 

Gastronomia. No bairro de Cerqueira César, zona oeste, o Dante Alighieri também tem atividades abertas. Neste mês, já ocorreram ali um festival gastronômico, uma palestra sobre pedagogia e, anteontem, uma rodada de palestras no formato TED – o TEDxDanteAlighieriSchool. Estão previstas para breve palestra sobre a região italiana da Sicília e uma feira de voluntariado, em data ainda a ser confirmada. “Fazemos essas ações como forma de contribuir com a sociedade”, afirma o gerente de marketing da escola, Fernando Homem de Montes.

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Já no Colégio Oswald de Andrade, com unidades na Vila Madalena e na Lapa, o projeto de portas abertas é um curso de alfabetização para adultos. “Neste semestre, em português, estamos fazendo um livro de receitas em que cada um trouxe a história de um prato significativo para ele. Também trabalhamos teatro, costura e, atualmente, estamos estudando os programas de governo dos candidatos à Prefeitura”, conta Roseany Anetelle Rodrigues, responsável pelo projeto.

Para educadores. Por fim, a Lourenço Castanho, em Moema, zona sul, realizou neste ano a oitava edição de um congresso de práticas em sala de aula. Aberto a educadores de outras instituições, atraiu 5 mil pessoas. “Temos também um núcleo de inovação e desenvolvimento profissional, que tem como principal objetivo fomentar o espírito de aprendizagem contínua entre educadores”, diz a diretora de currículo, Fabia Antunes.

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