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Colégio de São Bento faz 100 anos e fecha as portas

Mensalidades são insuficientes para cobrir sucessivos prejuízos financeiros, diz direção

Por Agencia Estado
Atualização:

No centenário, a despedida. O Colégio de São Bento, sinônimo da tradição paulistana desde 1903 avisa que fecha suas portas no ano que vem. A escola, referência para filhos da elite cafeeira e industrial, tem pouco mais de 200 estudantes de classe média. São 33 professores, muitos deles ex-alunos. As mensalidades são insuficientes para cobrir sucessivos prejuízos financeiros. "A perda de alunos e a abertura do colégio para bolsistas, desde os anos 70, levou a uma situação que inviabiliza a continuidade das nossas atividades", diz o reitor do São Bento, o monge Hildebrando Miranda. Decisão irreversível Ele deixa claro que a decisão é irreversível, já que foi tomada pelo comando capitular do mosteiro - uma espécie de assembléia que reúne seus principais monges. Miranda não divulga a dívida do colégio, que sobrevive este semestre às custas de empréstimos. "Não queremos que a qualidade do ensino seja prejudicada." A notícia foi dada nesta semana para pais, alunos e professores. Na reunião, crianças choraram, mães e adolescentes não se conformaram. "Este é o melhor colégio em que já estudei, me tratam como aluno e não como um número", diz Victor Hugo Batista da Silva, de 15 anos, que vai de Taboão da Serra ao centro para cursar o ensino médio na escola. "Todo mundo na cidade tem uma história para contar daqui, essa história não pode acabar", completa a colega Julia Murad, de 16 anos. Monges vão refletir Segundo o reitor, o colégio ficará fechado no próximo ano e os monges beneditinos pretendem refletir sobre como continuarão suas atividades na cidade. "Talvez possamos reabrir o colégio apenas com ensino médio." "Nenhuma sugestão de pais foi bem recebida. Pensamos até em montar uma cooperativa", conta a securitária Clarice Wikianovski, mãe de Larissa, da 6.ª série. Segundo o reitor, para garantir sua independência, o mosteiro não pode pedir ajuda financeira a governo ou empresas privadas. O consolo é que a faculdade, fundada em 1908, continuará aberta. Leia a reportagem completa em

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