CNE promove debate público sobre diretrizes curriculares do Jornalismo

O Conselho Nacional de Educação (CNE) promoveu nesta sexta-feira, 8, uma audiência pública para debater as diretrizes curriculares do curso de Jornalismo. Representantes de universidades federais e privadas, estudantes, pesquisadores, professores e entidades da área discutiram a proposta apresentada por uma comissão formada a pedido do Ministério da Educação (MEC). A comissão, composta por especialistas na área de Jornalismo, é presidida pelo professor José Marques de Mello.

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Por Redação
Atualização:

 

Entre os principais pontos discutidos na proposta estão a separação do curso de Jornalismo do curso de comunicação social; a obrigatoriedade de um estágio supervisionado, visando ao aperfeiçoamento entre teoria e prática; e a inclusão, oficial, da assessoria de imprensa como disciplina.

 

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O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, ressaltou que a proposta do MEC vai contribuir para que os profissionais saiam das faculdades mais preparados para o mercado de trabalho. “O jornalismo é uma atividade profissional e esse documento atesta isso.”

 

No mesmo sentido, o presidente do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Edson Spenthof, defendeu a proposta de diferenciar o jornalismo da comunicação social. Para ele, existe o jornalista, o publicitário e várias outras profissões ligadas à comunicação. “Não existe o profissional de comunicação social. Isso inexiste.”

 

Mesmo reconhecendo o bom trabalho da comissão que elaborou a proposta de mudança curricular, a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) afirmou que faltou debate político em relação a elaboração das diretrizes.

 

“Há uma fragmentação do ensino. O que está colocado na proposta é a extinção da comunicação social. Temos que parar esse processo para que aconteça o debate”, apontou Pedro Alves, estudante da Universidade Federal de Sergipe e membro da Enecos.

 

Segundo o secretário executivo adjunto da CNE, Ataíde Alves, a resolução do MEC só deve sair em 2011, já que existe a possibilidade de realização de uma nova audiência pública sobre o tema, além do trâmite normal de revisão e encaminhamento para o ministério.

 

A proposta de diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo foi entregue pela comissão ao MEC em setembro de 2009 e depois foi encaminhada ao CNE, que é responsável por revisar as diretrizes e discuti-las com a sociedade. Só após essa revisão, é que o conselho enviará a proposta para que o MEC regulamente as novas diretrizes.

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