Um importante líder religioso islâmico criticou uma nova universidade saudita inaugurada pelo rei Abdullah, porque a instituição permite que homens e mulheres assistam juntos às aulas.
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O xeque Saad Bin Naser al-Shethri, membro do influente Comitê Supremo de Estudiosos Islâmicos foi citado pelo jornal Al-Watan exigindo o fim das classes mistas na Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah.
"Misturar é um grande mal e um grande pecado", teria dito al-Shethri, segundo o jornal. "Quando homens se misturam a mulheres, seus corações ardem e eles se desviam do objetivo principal, o estudo".
O comentário de Al-Shethri sugere que pode haver forte oposição à primeira universidade totalmente mista e integrada do país.
A instituição, de pós-graduação, representa um investimento de bilhões de dólares e abriu as portas na semana passada. Foi apresentada pelo monarca saudita como um "farol de tolerância". A escola tem laboratórios de última geração, 14º mais veloz supercomputador do mundo e um dos maiores orçamentos de todo o mundo.
Autoridades sauditas veem a universidade como peça-chave dos planos do reino de se transformar num importante núcleo mundial de ciência e diversificar e economia dependente do petróleo.
Em editorial, o jornal, de propriedade da família real, atacou a fala do clérigo, dizendo que esse tipo de discurso estimula o terrorismo.
Mais de 800 estudantes de 61 países já se matricularam na universidade, que pretende chegar a 2.000 alunos dentro de uma década.