Ciência sem Fronteiras terá menos bolsas para graduação

Capes diz que mudança na nova etapa deve equilibrar divisão das bolsas de estudo com a pós-graduação

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Por Isabela Palhares
Atualização:
Em setembro de 2012, o programa Ciência Sem Fronteiras decidiu não renovar bolsas de pelo menos 25 estudantes que estão no exterior, forçando-os a abandonar estudos e pesquisas. O grupo teve indeferida a renovação das bolsas para o próximo semestre sem motivo ou explicação e pede, em um abaixo-assinado, que a situação seja reavaliada. Foto: Tiago Silva/Estadão

A segunda etapa do programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, terá menos bolsas para a graduação. Adalberto Luis Val, representante da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), disse nesta sexta-feira, 17, que será feito um “melhor equilíbrio” da oferta entre as modalidades, já que na primeira fase, das 101 mil bolsas, 79.980 foram concedidas para a graduação.

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A Capes, no entanto, não informou como será feito esse reequilíbrio das bolsas e se alguma modalidade da pós-graduação terá preferência. Val disse que também será desenvolvida uma nova definição por temas estratégicos e não mais por áreas ou cursos específicos, com o na primeira etapa.

A presidente Dilma Rousseff anunciou, em junho do ano passado, 100 mil bolsas para a segunda fase do programa, entre os anos de 2015 e 2018. No entanto, ainda não houve sinalização da abertura de nenhum novo edital. Em maio, após o ajuste fiscal que contingenciou R$ 9,4 bilhões da pasta, o Ministério da Educação (MEC) informou que o Ciência sem Fronteiras sofreria cortes neste ano.

De acordo com a Capes, até o final deste ano, 32 mil bolsistas devem retornar do exterior e, neste segundo semestre, 14.050 alunos de graduação iriam viajar com as bolsas das últimas chamadas da modalidade da primeira fase do programa.

Controle. Val também informou que a Capes vai aprimorar a participação das universidades para o acompanhamento dos bolsistas da graduação, tanto no processo seletivo como no período em que estiver no exterior, a exemplo do que já é feito na pós-graduação. A intenção, segundo ele, é que as instituições de ensino tenham maior participação no programa. Também disse que deve ser criado um mecanismo para coordenar o retorno dos bolsistas para que sejam direcionados de “forma planejada” à vida acadêmica e profissional.

As mudanças foram anunciadas nesta sexta na 67.ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Carlos, no interior de São Paulo.