Ciclo básico pode voltar para combater evasão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A proposta da reforma universitária elaborada pelo Ministério da Educação prevê o retorno do ciclo básico, uma das medidas que podem ajudar a reduzir a evasão no ensino superior. Com o ciclo básico, os dois primeiros anos de todas as faculdades teriam disciplinas gerais de acordo com a área (exatas, humanas ou biomédicas) e, assim, o estudante ganharia mais tempo para definir que carreira seguir. "Além de já estar acostumado com o ambiente universitário, o aluno poderia receber orientações mais detalhadas sobre cada curso, assistir a algumas aulas e resolver se é mesmo aquilo que quer", afirma o secretário do Ensino Superior do MEC, Nélson Maculan Filho. Além do ciclo básico, o secretário defende a criação da figura de um tutor na graduação, uma maior mobilidade entre os cursos e mais ajuda financeira para os alunos. "A principal causa de desistência é a desilusão com o curso e, muitas vezes, ela ocorre porque o estudante escolheu disciplinas que não tinham a ver com ele", diz Maculan. "Um tutor na graduação iria direcionar melhor os créditos para cada perfil de aluno." O ideal, acredita, seria um tutor para cada grupo de dez estudantes, que conhecesse bem as características de cada um. "O aluno não ia perder tempo e a faculdade, dinheiro." Outra alteração necessária, afirma o secretário, é facilitar a mudança de curso quando se está dentro da mesma área. "Hoje, as universidades não facilitam a troca de carreira, mesmo que elas tenham disciplinas parecidas. Assim, mesmo com vagas ociosas, o estudante tem de prestar novo vestibular. Falta mobilidade." Falta também sensibilidade para perceber que muitos cursos poderiam ter as aulas dos seus anos finais no período noturno. "Chega um momento em que o estudante precisa trabalhar, seja por dinheiro seja para ganhar experiência, e a maioria dos cursos poderia ter o seu final à noite." Quando a necessidade de trabalho ocorre nos primeiros anos, o ideal seria que as instituições conseguissem dar bolsas com auxílio financeiro. "Apesar de não ser a maioria, muitos estudantes largam a universidade porque precisam se sustentar", diz. "O ideal seria que eles conseguissem manter os estudos e o trabalho, mas em muitos cursos isso não é possível." leia também  Evasão de alunos preocupa universidade pública  Falta de amigos pesa muito na decisão de parar

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.