CEUs custam 52,9% mais do que em 2003, diz vereador

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Por Agencia Estado
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Os Centros Educacionais Unificados (CEUs) que estão sendo construídos este ano pela Prefeitura de São Paulo estão 52,9% mais caros que os erguidos no ano passado, segundo o vereador Roberto Tripoli (PSDB). A Secretaria Municipal de Educação contesta, afirmando que os cálculos do vereador estão errados. "Em 2003, a prefeita Marta Suplicy construiu 17 CEUs ao custo de R$ 233,3 milhões. Cada um saiu, em média, por R$ 13,133 milhões" lembrou Tripoli. "Este ano, ela entregou um e outros três estão em construção ao preço total de R$ 80,315 milhões, com cada um saindo por R$ 20,078 milhões." A secretaria, por meio de sua assessoria de imprensa, garante que "cada CEU construído no ano passado custou R$ 17 milhões, o mesmo valor de cada um dos quatro deste ano." CEU x escola tradicional Para o vereador, a construção de um CEU "é um desastre" do ponto de vista social. "Os R$ 20,078 milhões usados para construir um CEU e criar 2.400 vagas seriam suficientes para erguer dez creches, sete Emeis e duas escolas de ensino fundamental, abrindo 11.400 vagas." Segundo Tripoli, uma vaga no CEU custa 4,4 vezes a mais do que nas escolas tradicionais. De acordo com a secretaria, é errado fazer a comparação do valor de um centro com o de uma escola tradicional. "Não dá para cortar cada CEU em pedaços para saber quanto custou cada um deles." Ainda segundo a secretaria, além de ter alunos matriculados da educação infantil até o ensino fundamental, os CEUs oferecem atividades para quem mora no entorno. "O CEU Jambeiro, em Guaianases, o primeiro a ser inaugurado, é freqüentado por 5 mil pessoas nos fins de semana." "Sem-CEUs" Cerca de mil pessoas fantasiadas de anjos foram para a frente da prefeitura na quarta-feira reivindicar a construção de creches, Emeis e Emefs na região de Pirituba e Perus. Ligados à Associação dos Trabalhadores Sem-Terra de São Paulo, os manifestantes usavam asas de papelão onde estava escrita a frase "Anjos sem CEUs". "Os CEUs construídos na região não atendem à nossa demanda. Temos 15 mil crianças fora da escola", disse o vereador Marcos Zerbini, marido da presidente da associação, a líder comunitária Cleusa Ramos. A Secretaria de Educação informou que a construção de escolas e creches na região depende da aprovação de uma suplementação orçamentária pela Câmara.

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