Centro de Sustentabilidade da Metodista estimula ação social

Universidade mantém rádio com programa semanal sobre questões ambientais e traz até alunos do ensino médio para o meio da discussão

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Por Guilherme Guerra
Atualização:

O Centro de Sustentabilidade da Metodista, criado em 2013 com o objetivo de aumentar o impacto social da universidade, promove ações que não necessariamente são somente sobre cidades, mas sim para elas. Ora como think-tank, ora como incubadora, o Programa Metodista Sustentável promove ações de conscientização em diversas áreas para públicos diversos e fomenta projetos inovadores.

Tassiane Boreli Pinato,responsável pelo Centro de Sustentabilidade da Metodista, diz que todos os alunos são envolvidos Foto: STEFANIE ARAUJO/METODISTA

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A responsável pelo Centro de Sustentabilidade, Tassiane Boreli Pinato, conta, por exemplo, que a Universidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, mantém uma rádio com um programa semanal sobre questões ambientais, abordando o assunto de forma didática para contribuir com o tema. Em outro projeto, alunos de ensino médio são levados ao câmpus para se aproximar do tema pela perspectiva da academia. 

Além disso, todos os cursos de graduação e pós foram reestruturados para discutir dentro dos seus respectivos leques temáticos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que incluem medidas contra a erradicação da fome e contra as mudanças climáticas. Comunicação, Engenharia e Finanças, por exemplo, trabalham o tema em sala de aula. A inclusão dos ODSs na matriz curricular é uma forma de aumentar a conscientização, preparar para futuras demandas do mercado e, além de tudo, trabalhar a interdisciplinaridade. “Todos os alunos estão envolvidos”, afirma. 

“Posso entender como fazer um descarte de lixo, mas não entendo a parte jurídica, gerencial, estratégica ou de comunicação. Não vou dar conta disso sozinha, preciso de uma equipe multidisciplinar e de professores de várias áreas. E aí a gente vai compondo um grande projeto”, conta Tassiane.

3 perguntas para: Sylmara Francelino Dias, Assoc. de Pós-graduação e Pesquisa  ‘As opções dobraram’

1. Tem aumentado a procura por cursos de pós-graduação que falem de sustentabilidade e meio ambiente?

A área de Ciência Ambiental (Ciamb) foi criada em 2011 com 57 programas de pós-graduação, que correspondiam a 73 cursos. Atualmente, há 82 instituições diferentes, 133 programas e 168 cursos . Se considerarmos somente o número de programas, houve um crescimento maior que 130% (mais que o dobro) desde a criação da área. O crescimento no número de programas e cursos aponta para uma consolidação da abordagem interdisciplinar em ciência ambiental no campo científico da academia brasileira. Também denota o forte potencial da demanda pela formação discente para atender a problemáticas ambientais.

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2. Existe diálogo entre o mercado de trabalho e os cursos de pós-graduação que tratam de questões ambientais?

É um desafio constante para os programas de pós-graduação a aproximação com a universidade e os setores público e privado, que permitirá identificar demandas e discuti-las de maneira cooperada e coletiva. Cabe incluir a interação com organizações da sociedade civil, que poderão contribuir com visão crítica em relação às demandas do setor privado, público e a interação com a academia. O amadurecimento de currículos deverá ser do exercício constante do diálogo e de iniciativas desta natureza.

3. Falta muito para o assunto ser consolidado?

O campo das Ciências Ambientais ainda está em formação, com muitas lacunas e ausências de práticas decisivas para uma mudança de paradigma. Um campo de caráter multi e interdisciplinar, e também multi-institucional, desperta indagações sobre seus traços, seu potencial de inovação e suas interfaces com outros campos de conhecimento e de prática, como no que concerne às estruturas de formação discente.

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