Casa Branca lança plano para apoiar desenvolvimento da ‘bioeconomia’

Pela primeira vez, governo Obama fala em incentivos específicos para inovação em biociências

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Por Carlos Orsi e do portal Inovação Unicamp
Atualização:

O governo dos Estados Unidos apresentou seu “Plano Nacional de Bioeconomia”. Segundo nota oficial divulgada pela Casa Branca, o plano reflete um “compromisso de fortalecer a pesquisa de biociência como um grande motor de inovação e crescimento econômico”.

 

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Em sua introdução, o plano afirma que a biociência “pode permitir que os americanos vivam vidas mais longas e saudáveis, reduzir nossa dependência do petróleo, enfrentar importantes desafios ambientais, transformar os processos industriais e aumentar a produtividade e o escopo da agricultura”.

 

Como resume o jornal The New York Times, o plano “discute diversas medidas e estratégias para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos médicos, lavouras, biocombustíveis e processos industriais biológicos que possam substituir métodos mais agressivos” de produção.

 

Cinco “objetivos estratégicos” são apresentados no plano: apoio a pesquisa e desenvolvimento que “forneçam o alicerce da futura bioeconomia”; facilitar a transição das invenções do laboratório para o mercado; reformar o marco regulatório, aumentando a rapidez e a previsibilidade das decisões; atualização da academia para “alinhar os incentivos acadêmicos ao treinamento de estudantes para atender às necessidades nacionais”; e a identificação de oportunidades para parcerias público-privadas e para a formação de “colaborações pré-competitivas”, onde empresas concorrentes se unem para “aprender com sucessos e fracassos”.

 

A maioria das iniciativas apresentadas no plano, no entanto, já está em andamento, o que leva o New York Times a questionar “quais mudanças concretas” resultarão do anúncio. No entanto, o site especializado GenomeWeb menciona algumas novas medias, todas com foco em acelerar a chegada da biotecnologia ao mercado. Uma delas é a ampliação do programa BioPreferred, do Ministério da Agricultura, que dá preferência a produtos de base biotecnológica nas compras públicas federais.

 

Outras novidades são a criação de uma rede de TI pela FDA, órgão do governo que regula os mercados de medicamentos e drogas, para acelerar a pesquisa multidisciplinar e a análise dos arquivos de dados clínicos já disponíveis; uma parceria entre o Centro Nacional de Avanço das Ciências Translacionais e a farmacêutica Eli Lilly para elaborar um manual, de distribuição gratuita, sobre a conversão de escobertas científicas em tratamentos; e um esforço do Departamento de Segurança Interna para desenvolver um sistema capaz de identificar ou caracterizar qualquer tipo de micro-organismo, mesmo micróbios ainda desconhecidos ou sintéticos.

 

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O crescimento da bioeconomia, diz o relatório oficial, baseia-se atualmente em “três tecnologias fundamentais”: engenharia genética, sequenciamento de DNA e a manipulação automática e em larga escala de macromoléculas. “Embora o potencial dessas tecnologias esteja longe de exaurir-se”, diz o texto, “um grande número de novas tecnologias, e de combinações inovadoras de tecnologias novas e existentes, está emergindo”. Entre as novas fronteiras tecnológicas, o plano menciona a biologia sintética, a proteômica e a bioinformática.

 

Representantes da indústria da biotecnologia saudaram a iniciativa, a primeira do governo Obama voltada para a área. A atual administração americana vinha dedicando muito mais atenção a outras áreas tecnológicas inovadoras, como a energia solar e a eletrônica.

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