Carteira digital de estudantes evita socialismo nas universidades, diz Bolsonaro

A medida retira o monopólio para confecção do documento das mãos de entidades que mobilizam protestos contra o governo, como a UNE

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Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta sexta-feira, 6, medida provisória que cria a ID Digital, uma carteira digital de identificação de estudantes, que pode ser emitida pela internet e sem custos.

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A medida retira o monopólio para confecção do documento das mãos de entidades que mobilizam protestos contra o governo, como a UNE (União Nacional dos Estudantes).

Bolsonaro disse que a nova regra permitirá que recursos de “quem trabalha” deixem de ir “ao bolso de quem não estuda e nem trabalha”. Segundo o presidente, a medida ainda vai evitar que “certas pessoas promovam nas universidades o socialismo”.

Presidente Jair Bolsonaro Foto: Adriano Machado/ Reuters

O governo quer disponibilizar a carteira 90 dias após a publicação no Diário Oficial da União (DOU). As entidades que hoje emitem o documento seguem autorizadas a prestar o serviço.

A carteirinha garante benefício da meia-entrada em cinemas, teatros, shows e diversos eventos culturais. Estudantes do ensino básico, profissional e técnico e ensino superior devem ser contemplados.

A ID Digital será autorizada pelo Ministério da Educação. Os estudantes podem acessar o serviço por meio de aplicativo em dispositivos com internet ou em agências da Caixa Econômica Federal.

"O que estamos celebrando é a liberdade de todos os estudantes do jogo de instituições como a UNE e outras, permeadas por uma esquerda retrógrada. Não tem de pagar dinheiro mais para UNE, Ubes, quem quer que seja”, declarou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

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A MP altera a Lei 12.933, de dezembro de 2013, que define que UNE, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) e entidades estaduais, municipais e diretórios acadêmicos filiados às associações emitem a carteira de identificação estudantil.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que a população hoje “dá dinheiro às vezes para quem a gente não precisa dar”.

Weintraub disse que pretende em breve entregar o serviço de emissão de diploma digital. “Aí a gente vai ter de bolar algumas coisas para o segundo mandato”, disse o ministro. Weintraub já havia feito menção a um possível segundo mandato de Bolsonaro em evento realizado no dia anterior, sobre escolas cívico-militares.

A MP deve criar exigência para que instituições de ensino transmitam dados de estudantes ao MEC. A ideia seria criar uma base de dados para acompanhar a "jornada do estudante" e evitar fraudes. A partir de 2021 prestadores de serviço poderiam usar a base de dados para confirmar, por exemplo, se o estudante que pede meia entrada de fato está matriculado.

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