Carreira de medicina é mais uma vocação que negócio

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Por Agencia Estado
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Desde criança, Ana Carolina Martins Pinto, de 25 anos, quer ser médica. Com medo de não entrar em Medicina, se formou em Nutrição. Mas, no começo do ano, quando viu o sobrinho morrer por causa de um problema no coração, ela decidiu correr atrás do sonho e agora se prepara para um novo vestibular. Carol quer ser cardiologista como Adib Jatene, seu ídolo. Na semana passada, a Agência Estado levou a vestibulanda para tirar suas dúvidas com o médico, que foi escolhido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia como um dos 11 melhores do País. Carol: Por que o sr. escolheu a cardiologia? Jatene: Não escolhi. Estudei Medicina para voltar para o Acre, onde morava, e queria me especializar em Saúde Pública. Mas no curso tive de fazer cirurgia e caí na equipe do dr. Zerbini. De repente, me vi no grupo que fez a primeira operação interna de coração e, quando percebi, já estava envolvido com toda a história. E como a mulher é vista na profissão? Quando eu estava na faculdade, havia 80 alunos na minha turma e apenas 10 eram mulheres. Hoje, a participação feminina vem crescendo em todas as especialidades. Não precisa se preocupar, porque não há diferença de oportunidades. Vi uma foto do coração artificial. O sr. acha que ele poderá ser usado logo? As pesquisas ainda estão no início, mas a possibilidade não está descartada porque as coisas não param de evoluir. Há um enorme esforço no sentido de se criar um artefato mecânico biocompatível que substitua o coração. Mas, ao lado disso, os pesquisadores também têm trabalhado com a perspectiva de se preparar corações de animais, para que seja aceito no organismo humano. O que a Medicina tem de mais complicado? O mais difícil é que, muitas vezes, um médico é obrigado a trabalhar em uma realidade que nem sempre é a ideal. Há entidades e organismos que querem transformar a Medicina em um negócio. É triste você não poder atender da maneira ideal as pessoas que necessitam. Às vezes, você não consegue vaga, não pode receitar um determinado remédio, mesmo sabendo que é necessário. E de mais fascinante? A Medicina não é uma profissão para se acumular patrimônio ou ter posição social. É para ajudar as pessoas que sofrem a se sentirem melhor e isso dá satisfação pessoal. É uma profissão nobre. Você não vai se arrepender da escolha.

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