Candidato de escola pública terá nota extra na Unicamp

Mas o benefício só vale para quem passar para a segunda fase. Descendentes de negros e indígenas terão vantagem maior

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Por Agencia Estado
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A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) espera ampliar em pelo menos 27% o ingresso dos estudantes da rede pública de ensino nos cursos de graduação no próximo vestibular. Para isso, os candidatos que freqüentaram o ensino médio em escola públicas terão um bônus de 30 pontos a ser somado na média da prova da segunda fase do concurso. Negros, pardos e indígenas auto-declarados, desde que oriundos de escolas públicas, ganharão mais 10 pontos, somando 40. Não haverá checagem dos que se declararem descendentes destas etnias. As medidas integram o Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social divulgado nesta terça-feira pelo reitor Carlos Henrique de Brito Cruz e aprovado pouco antes pelo Conselho Universitário (Consu) da Unicamp. "Não é cota" "Não é cota, não tem a palavra cota em nada do que estamos fazendo. Trata-se de ação afirmativa para incentivar, facilitar, estimular que estudantes de escolas públicas entrem na Unicamp", afirmou o reitor. A estimativa é de que o número de aprovados que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas aumente dos 30,3% registrados este ano para no mínimo 38% em 2005. Serão pelo menos mais 250 alunos oriundos da rede pública em 2005, sendo que o número de isentos da taxa de inscrição - de famílias de baixa renda - aprovados deverá subir de 120, no último vestibular, para 144, no próximo. As projeções foram feitas a partir do concurso deste ano. Mais bolsas "Os números podem ser ainda maiores", apontou o coordenador de pesquisas da Comissão Permanente de Vestibulares (Comvest), Renato Pedrosa. O programa foi proposto por uma comissão criada no ano passado para analisar medidas de inclusão social, e acatado pelo Consu. O projeto prevê ainda que sejam ampliadas as concessões de bolsas a estudantes carentes, que hoje beneficiam um quarto dos alunos de graduação. Em 2002, segundo o reitor, a Unicamp gastou R$ 16 milhões com essas bolsas. Mas ele explicou que ainda não é possível traduzir em números o aumento.

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