Câmpus Leste quer afastar negociador

Superintendente foi filmado quando dizia que docentes têm interesses partidários; professores criticam fala de gestor

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Por Barbara Ferreira Santos e Victor Vieira
Atualização:

SÃO PAULO - A Congregação do câmpus Leste da Universidade de São Paulo (USP), órgão máximo da unidade, decidiu nesta segunda-feira, 28, pedir o afastamento do superintendente de Espaço Físico da instituição, Oswaldo Nakao, das negociações sobre os problemas de contaminação da escola, interditada judicialmente desde janeiro. Nakao, nome de confiança da Reitoria para conduzir a crise ambiental, foi alvo de críticas por dizer que o terreno "não estava contaminado". Ele ainda afirmou que a demora na volta às aulas se devia a questões partidárias.

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As declarações foram gravadas em vídeo e repercutiram mal nas redes sociais. Nakao afirmou ao Estado que mantém diálogo com a comunidade acadêmica, que está aberto ao debate público e se desculpou por "expressões inadequadas".

A assessoria de imprensa da USP não informou se o professor será afastado das negociações sobre o câmpus, feitas com a Justiça, o Ministério Público Estadual, órgãos ambientais e a comunidade acadêmica. Nakao, professor da Escola Politécnica, conduz as negociações sobre a USP Leste desde o começo de janeiro, a pedido do reitor Marco Antonio Zago.

No vídeo, gravado há quase três semanas, Nakao disse a uma aluna que os professores da USP Leste tentavam atrasar o retorno às aulas porque queriam "melar o governador (Geraldo Alckmin)". Ele também afirmou que eles eram ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido da Causa Operária (PCO), siglas de oposição ao governo do Estado (PSDB).

A Congregação da USP Leste resolveu nesta segunda, em votação polêmica, repudiar as declarações do superintendente e pedir que Nakao deixe a comissão ambiental que discute as medidas para descontaminar o câmpus. O órgão também solicitou uma retratação pública do professor.

 

Explicações. O superintendente afirmou que, no dia do vídeo, a aluna da USP Leste afirmou que tudo era culpa do reitor e do governador. "Essa provocação me fez momentaneamente mudar de conduta", disse.

Nakao afirmou que não teve intenção de ofender "quem quer que fosse". Disse também que as frases "não devem ser retiradas do contexto de uma conversa tensa, em que o cansaço e o desgaste infelizmente acabaram prevalecendo".

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