Câmara pedirá à Justiça intimação de ex-diretor da USP Leste

CPI quer ouvir antigo dirigente sobre depósito de terra no câmpus, que ficou interditado no 1º semestre por problemas ambientais

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Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:
O presidente da CPI, o vereador Rubens Calvo (PMDB), enviou nesta terça um ofício à Prefeitura de São Paulo para que o município vistorie o terreno da USP Leste Foto: José Patrício/Estadão

SÃO PAULO - A Procuradoria da Câmara Municipal de São Paulo vai pedir à Justiça que o ex-diretor da USP Leste, José Jorge Boueri Filho, seja intimado a depor na Comissão Permanente de Inquérito da Casa sobre terras contaminadas da cidade. Boueri já foi convidado duas vezes e convocado uma vez pela CPI para informar sobre o depósito de terra de origem desconhecida na unidade da zona leste da USP, mas não compareceu em nenhuma das ocasiões. Tanto Ministério Público Estadual (MPE) quanto uma sindicância interna da USP investigam a responsabilidade de Boueri no descarte de terras contaminadas no câmpus.

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Para a conclusão do pedido à Justiça, os vereadores precisavam de dados de documentos do diretor e o vice, Edson Leite, também convocado a depor. As informações, que se referiam a números de RG e CPF, foram solicitadas à universidade, que até a reunião da CPI desta terça-feira, 26, não havia respondido ao Legislativo. Assim que conseguirem as informações, mesmo que extraoficialmente, a CPI encaminhará o pedido à Justiça.

Vistoria. O presidente da CPI, o vereador Rubens Calvo (PMDB), enviou nesta terça um ofício à Prefeitura de São Paulo para que o município vistorie o terreno da USP Leste e verifique se o câmpus pode ficar em funcionamento. Segundo ele, não há alvará da Prefeitura para o local e nunca foi feita uma vistoria pelo município. "Vamos pedir às secretarias de Meio Ambiente, de Licitações e a subprefeitura local. O município não pode se eximir da responsabilidade de apurar o que está acontecendo em um terreno localizado na cidade, frequentado por habitantes da cidade." O câmpus também não possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), segundo a CPI, embora tenha sido liberado para funcionamento pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).

A comissão analisa ainda realizar as reuniões semanalmente. Por falta de quórum, a reunião desta terça foi cancelada. A ideia de Calvo é que sejam formados grupos de trabalho e que, na falta de um número mínimo de pessoas, a reunião se torne um fórum de discussões. Com isso, o cronograma da CPI poderia ser mantido. Na terça-feira passada, os vereadores aprovaram a prorrogação por mais 120 dias da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga denúncias de áreas contaminadas na cidade de São Paulo. Instalada em abril, inicialmente a CPI se encerraria em 5 de setembro.

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