Bússola para empreender

FGV usa competição para capacitar e premiar quem abriu negócio próprio

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Por Jacyara Pianes
Atualização:

Não basta querer abrir uma startup, é preciso saber como empreender. “Existe um grande déficit sobre a educação empreendedora no País”, diz Adalberto Brandão, executivo-chefe de operações do Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital (GVcepe) da Fundação Getúlio Vargas. O GVCepe realiza o Desafio Brasil, maior competição de inovação tecnológica do País, cuja final nacional será realizada no dia 10. Oferece dinheiro e apoio para novos empresários. 564 projetos de startup foram inscritos no Desafio Brasil de 2012, sendo que 364 deles foram aprovados e vão competir. Em relação ao ano passado, está edição vai ter mais do dobro de projetos competindo. Em 2011, foram 167 inscritos e 155 aprovados para participar. Este é o maior número de inscritos em uma edição até agora. Vinícius Senger, de 21 anos, é estudante de Administração na FGV e inscreveu uma startup pela primeira vez. “O que mais me empolga é ficar em contato com outros empreendedores na mesma situação que eu e também com mentores, investidores. Não espero vencer, mas aproveitar.” O projeto dele, Share Company, é um software de baixo custo com ferramentas que organizam a operação de pequenas e médias empresas por meio de compartilhamento de documentos e troca de mensagens. Uma das metas do Desafio Brasil, segundo Brandão, é atrair gente de todas as áreas acadêmicas, para que o empreendedorismo seja “multidisciplinar e interuniversitário”. Eduardo Medeiros, de 27 anos, formado em Música e Engenharia Ambiental, tem esse perfil. Criou o Ecomusik, que produz guitarras de madeira certificada, e venceu o Desafio Brasil de 2008. Quando foi à etapa internacional do evento, ouviu de jurados em Berkeley, Califórnia, que o projeto não tinha potencial para ser bilionário – renderia “só” milhões. Formou outra equipe com o sócio Felipe Krueger, de 32, e idealizou o Eu decido, plataforma para vender carros com desconto na web que ficou em 2º lugar no Desafio Brasil 2011, ganhou um prêmio de R$ 64,5 mil e recebe apoio da Wayra, incubadora do Grupo Telefônica. Eduardo foi disciplinado. Ganhou bolsas e estudou nas Universidades de Oxford, na Inglaterra, e de Alicante, na Espanha, durante a faculdade. Também concluiu um MBA na Faculdade de Economia e Administração da USP. “Estudei e isso me abriu portas.”

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