Brasileiros ficam em 2º lugar em competição estudantil

Grupo da Federal de Pernambuco consegui a segunda colocação no concurso Imagine Cup, com seu projeto vEye

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Por Agencia Estado
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A equipe da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ficou em segundo lugar na maior competição estudantil de inovação tecnológica internacional, a Imagine Cup, promovida pela Microsoft, que acabou nesta sexta-feira em Nova Délhi. Carlos Rodrigues, Ivan Cardim e Madson Menezes apresentaram em Nova Délhi seu projeto vEye, um sistema portátil que ajuda os cegos a identificar objetos, se orientar e se movimentar. Desde o início, o projeto - elaborado com a colaboração de associações de deficientes visuais - vem dando frutos. O último deles foi ganhar o segundo lugar neste concurso e um prêmio de US$ 15 mil. A rodada final da competição foi disputada com equipes da Dinamarca, Japão, China, Itália e Noruega. A equipe italiana ficou em primeiro lugar, enquanto os noruegueses ficaram atrás dos estudantes de Pernambuco na final da competição. No total, participaram 65 mil alunos de todo o mundo. Vestidos com a camisa da seleção brasileira de futebol e muito tranqüilos, os estudantes da UFPE apresentaram ao júri internacional o vEye e fizeram uma demonstração do funcionamento. Um dos membros da equipe tapou os olhos e caminhou guiado pelo inovador mecanismo vibrador instalado no pulso, que indica para onde a pessoa que não enxerga deve virar. Os brasileiros ficaram muito satisfeitos com sua conquista e garantiram que continuarão "trabalhando no projeto com diferentes órgãos de deficientes visuais". "Queremos transformá-lo em realidade", disse Ivan, afirmando que a idéia surgiu porque seu avô está ficando cego. Durante sua exposição, os rapazes falaram sobre o fato de haver mais de 160 milhões de cegos no mundo, o que os levou a elaborar esta solução que - segundo eles - "não é intrusiva, é fácil de aprender e muito acessível". Segundo a equipe, o preço do protótipo foi de apenas US$ 200, "o que poderia torná-lo muito acessível caso seja colocado no mercado". Além disso, eles garantem que este tipo de ferramenta poderia ser utilizada pela indústria para atrair consumidores com problemas visuais. Shoppings, por exemplo, poderiam oferecer esta solução tecnológica para facilitar as compras destas pessoas. Os estudantes querem que o software seja livre e que todos possam utilizá-lo. O desejo dos brasileiros pode não estar tão longe assim: algumas empresas indianas interessadas no vEye ("Virtual Eye", olho virtual) já fizeram ofertas. O argentino Leandro Doeyo, gerente regional de Relações Acadêmicas da Microsoft para a América Latina, ressalta com orgulho o "altíssimo nível de inovação que há na América Latina". "Estou muito feliz de ver que o futuro da indústria local de cada país da América Latina aqui presente é brilhante em três coisas fundamentais: inovação, utilidade e empregabilidade", disse. "Na indústria da saúde, não há nada parecido com as aplicações apresentadas aqui. O que estes rapazes delinearam não existe no mundo real. Mas, além disso, não são aplicações teóricas. Elas podem começar a ser utilizadas hoje mesmo", disse Doeyo. O gerente regional da Microsoft considera que "qualquer um destes rapazes está pronto para trabalhar na indústria tecnológica".

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