Brasil recebeu U$ 74 mi de investimento em tecnologias da educacão

Em cinco anos, Brasil foi o que mais recebeu investimentos privados na área na América do Sul, seguido do Chile e Argentina

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Por Isabela Palhares
Atualização:

Desde 2011, o Brasil recebeu investimentos privados de U$ 74 milhões em 28 empresas para o desenvolvimento de tecnologias para educação. Na América do Sul, o Brasil é o país que lidera esse tipo de investimento, mas recebeu apenas 1,6% de todo o investimento privado feito em todo o mundo no período.

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Levantamento feito pelo Boston Consulting Group (BCG) mostra que, desde 2011, o investimento privado em tecnologias para educação tem crescido em ritmo de 32% ao ano no mundo, passando de U$ 1,5 bilhão para U$ 4,5 bilhões, em 2015. Sendo que 97% desses investimentos está concentrada em apenas cinco países: Estados Unidos (que recebeu 77% de todo o investimento), China (9%), Índia (5%), Canadá (3,2%) e Reino Unido (1,8%).

“O Brasil recebe menos investimento privado em tecnologias educacionais quando comparado a outros países devido a uma série de fatores como, por exemplo: a falta de maturidade do mercado de capital de risco, a dificuldade de acessar o potencial e mensurar resultados de algumas tecnologias e a carência de uma política de tecnologia educacional explícita”, disse Andrea Beer, diretora do BCG.

Na Escola PlayPen, no Morumbi, professores alternam trabalhos com os tablets e atividades físicas Foto: FELIPE RAU|ESTADÃO

Conservador. O investimento na área de tecnologia da educação no Brasil ainda se concentra em projetos pouco inovadores. Cerca de 95% do investimento feito no país está voltado para materiais didáticos, cursos online e para a educação superior. Mais de um terço do investimento (U$ 54 milhões) feito no período é de empresas que desenvolvem e distribuem material didático.

“Estão buscando novas formas de materiais educativos que acompanhem as transformações do mundo digital. O grande desafio é de fato criar conteúdo, linguagem e formatos para o mundo digital. Não basta adaptar os instrumentos existentes como, por exemplo, apenas digitalizar um livro. É preciso reinventar seu conteúdo e formato para novas plataformas”, disse Andrea.

Segundo ela, a maior parte dos projetos inovadores vem de empresas novas, as startups, por terem mais liberdade de atuação e maior agilidade para responder ao mercado. Essas empresas, de acordo com Andrea, têm sido importantes para o desenvolvimento de jogos e plataformas de comunicação.

“Jogos e conteúdo multimídia vêm ganhando importância em diversos setores, inclusive em educação. No entanto, para terem impactos efetivo na aprendizagem, os jogos e conteúdos multimídia têm que estarem associados a uma proposta pedagógica. O jogo por si só, sem proposta pedagógica, não trará resultados”, disse Andrea.

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Para ela, há uma tendência de que os jogos sejam incorporados às plataformas de ensino, mas a implementação ainda depende de uma estrutura tecnológica que está sendo instalada nas escolas. “Os investimentos em jogos devem sim ganhar mais representatividade, já que o Brasil está entre os top 5 países em termos de usuários de games”, disse Andrea.

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