
17 de maio de 2019 | 00h24
DALLAS (EUA) E BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 16, que quer usar para as pastas da Educação e Ciência e Tecnologia cerca de R$ 2,5 bilhões devolvidos pela Petrobrás em um acordo com autoridades dos Estados Unidos. O anúncio vem um dia depois de o governo ser alvo dos primeiros grandes protestos de rua com manifestações registradas em 240 cidades do País contra o contingenciamento das verbas da Educação.
Bolsonaro disse que espera contar “com a ajuda” da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para “levar esse recurso para o Ministério da Educação”. “Eu gostaria de em parte levar para o ministério de Ciência e Tecnologia. Porque nós temos que investir em pesquisa”, afirmou Bolsonaro durante transmissão de uma live no Facebook.
Em janeiro, a Justiça Federal homologou um acordo da Petrobrás com procuradores no qual a empresa se comprometeu a depositar cerca de R$ 2,5 bilhões numa conta vinculada à Justiça como restituição de crimes investigados na Lava Jato. O dinheiro foi estipulado em acordo firmado entre a estatal e autoridades americanas para concluir a investigação do caso nos EUA.
A transmissão ao vivo de Bolsonaro nas redes sociais foi feita a partir do hotel onde o presidente se hospedou em Dallas, na capital do Texas. Logo depois, o presidente partiu em direção ao aeroporto. Na saída, dois manifestantes contrários ao presidente protestavam, enquanto Bolsonaro era abraçado por apoiadores que vestiam camisas da seleção brasileira.
O presidente disse que pretende enviar ao Congresso um projeto de lei ou medida provisória para alterar o Código Nacional de Trânsito. A proposta, segundo disse Bolsonaro, inclui três mudanças inclusive um afrouxamento nas atuais regras que impõem multas por infrações de trânsito.
Bolsonaro afirmou que o governo pretende colocar pontuação e multa em dinheiro como punições alterativas. Atualmente, o motorista que comete infração recebe os pontos na carteira e paga um valor em dinheiro. “Você não pode ser punido duas vezes pela mesma infração. Ou você tem a multa em pontos ou em dinheiro. Vamos acabar com a indústria da multa pro Brasil”, afirmou Bolsonaro.
O governo quer aumentar a pontuação máxima que um motorista pode ter na carteira de motorista para continuar habilitado de dirigir, passando de 20 pontos atuais para 40 pontos. O projeto deve incluir ainda, segundo ele, a ampliaçãpo do prazo de validade da carteira nacional de habilitação (CNH) de cinco para dez anos.
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