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Barulho da Fórmula 1 faz jovem usar proteção de ouvido durante Enem

Candidatos reclamaram do ruído vindo do autódromo de Interlagos, na zona sul; organização da prova distribuiu protetor auricular para todos os estudantes

Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:

SÃO PAULO - Barulho de carros de corrida, de helicópteros e de torcida na sala de aula em que a prova é aplicada. Trânsito e falta de informação de policiais e agentes da CET. Essas são as reclamações mais comuns dos estudantes que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Universidade Estácio UniRadial, na zona sul, próximo ao Autódromo de Interlagos. 

Em Interlagos, candidatos do Enem usam protetor auricular Foto: GABRIELA BILO/ESTADÃO

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Alunos que estavam na fila contaram que as janelas das salas tiveram de ficar abertas durante todo o primeiro dia de provas nesse sábado, 8, por causa da falta de ar condicionado e dos ventiladores quebrados. Com as janelas abertas, o barulho da Fórmula 1 podia ser ouvido nas salas. Para remediar o problema, a organização da prova no local entregou protetores auriculares para todos os alunos.

"Tem gente gritando na rua e barulho da Fórmula 1. Até os fiscais de prova ficam na janela tentando prestar atenção no que está acontecendo. É difícil fazer a prova desse jeito", relatou o encarregado de manutenção Marcelo Santos, de 19 anos. "Ainda entregam um protetor auricular que é reciclável, ou seja, não podemos usar nos dois dias", completou, revoltado. Santos está terminando o ensino médio e pretende cursar Engenharia Elétrica.

A estudante Maria Cristina Lima, de 17 anos, conta que o barulho atrapalhou a concentração durante a prova. Outro empecilho foi o trânsito travado na região. Para chegar no local do exame a tempo, ela saiu de casa, na região do Terminal Varginha, na zona sul, bem cedo, mas demorou 40 minutos só no trajeto. "Perguntei para todos os motoristas se algum ônibus passava aqui porque a maior parte das ruas está interditada", desabafou.

Emergências. O calor foi outra reclamação de quem fez prova no local. O estudante Luiz Henrique Alves, de 17 anos, disse que o desconforto foi grande na sala em que ele prestou o exame. "Os ventiladores estavam funcionando como exaustores. Tava muito abafado."

Duas pessoas passaram mal e tiveram de ser atendidas por equipes medicas de emergência na universidade. Ao lado da instituição havia uma ambulância para atender os candidatos.

Por volta das 14h50, uma candidata que passava mal saiu da prova com os protetores auriculares pendurados no pescoço e recebeu atendimento. Ela pôde retornar para a sala para concluir a prova apos se sentir melhor. 

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Já às 15 horas, uma chefe de fiscais saiu da sala abatida e pálida. Ao Estado, ela apenas falou que estava com a pressão baixa. A mulher recebeu atendimento e voltou para a universidade. Médicos, enfermeiros e coordenadores da instituição não quiseram comentar os casos. 

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