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Aula de negócios para crianças na quinta série

ONG atua em nove Estados ensinando empreendedorismo a 500 mil alunos

Por Agencia Estado
Atualização:

A aula começa com o burburinho típico de uma turma de alunos da 5.ª série. Mas as conversas paralelas não revelam desinteresse. Afinal, essas 25 crianças com idades entre 10 e 11 anos escolheram ficar na Escola Estadual Vinícius de Moraes, em Cotia (Grande SP), uma vez por semana além do expediente só para assistir a essa aula. O que elas querem é aprender a empreender, entender como funciona o mundo dos negócios e adquirir noções de como operar uma empresa. São conceitos que, para os idealizadores da iniciativa, podem fazer a diferença para esses jovens - em grande parte oriundos de famílias de baixa renda - na hora de enfrentar o mercado de trabalho. O programa é coordenado pela Junior Achievement, uma organização não-governamental e sem fins lucrativos cuja missão é garantir que toda criança tenha acesso aos conceitos básicos que regem a livre iniciativa. As aulas abordam temas como macroeconomia, comércio exterior e microempresas e são ministradas por executivos voluntários. 15 mil voluntários Em dez anos, o número de executivos voluntários no País cresceu de 332 em 1993 para 15 mil hoje. Já o número de alunos atendidos, a maior parte de escolas públicas, saltou de 12.936 há uma década para cerca de 500 mil este ano. A Junior Achievement foi fundada em 1919, nos Estados Unidos. Hoje, a organização que chegou ao Brasil em 1983 está presente em 112 países (de Fiji à Bósnia passando pela Namíbia e Azerbaijão) e atende 6,5 milhões de jovens por ano em todo o mundo. No Brasil, a ONG atua em nove Estados e em pelo menos 2.500 escolas (da 5ª série ao ensino médio). O projeto sobrevive por meio de patrocínios e parcerias com empresas. Ricardo Camargo, um consultor de recursos humanos, é voluntário em São Paulo. Na primeira aula para uma turma da 7ª série, ensinou aos jovens conceitos básicos sobre apresentação pessoal em entrevistas, preparação de currículos e valorização profissional. Menos empregos formais Camargo decidiu ser voluntário, conta ele, porque acredita que o empreendedorismo é "a grande saída" do futuro. "Acho que o emprego formal tende a acabar", justifica. Para Anderson Ali, executivo de marketing da AstraZeneca e professor da 6ª série, a principal virtude do projeto é ajudar esses alunos a ampliar suas fronteiras e perspectivas de vida. "Com esses conhecimentos, eles perceberão que Cotia (na Grande SP, bairro onde se localiza a escola em que ele é voluntário) não é o limite."

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