Atualizado às 9h59
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SÃO PAULO - Após quase duas horas de debates, a audiência de conciliação na Justiça entre representantes da Universidade de São Paulo (USP), de alunos, de professores e de funcionários sobre a ocupação da reitoria da instituição terminou ontem sem acordo. O responsável por conduzir o encontro, juiz da 12ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo Adriano Laroca, terá até amanhã para decidir sobre o pedido de reintegração de posse feito pela universidade. Para a tarde de hoje, os alunos prometem um protesto na Avenida Paulista até a Assembleia Legislativa.
De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça paulista, a universidade não quis marcar reunião com os alunos enquanto a reitoria estivesse ocupada. Já os estudantes não aceitaram sair do prédio sem agendar um encontro com a cúpula da USP e pediram a suspensão do pedido da reintegração de posse. Na entrada do fórum onde houve a audiência, cerca de 40 alunos se manifestavam com cartazes e tambores.
Na avaliação do diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Pedro Serrano, de 22 anos, a tentativa de conciliação fracassou pela falta de abertura da instituição. “O próprio juiz percebeu a intransigência da reitoria”, afirmou. Ele ainda reclamou da precariedade de condições dos manifestantes, que mantêm a ocupação há uma semana. “Cortar luz e água foi chantagem. O Rodas (reitor) negociaria nessas condições?”, provocou ele, que chamou a estrutura de poder na USP de “arcaica e feudal”.
O diretor do Sindicato de Trabalhadores da USP, Magno de Carvalho, também criticou o resultado do encontro. “Agora esperamos o pior, como aconteceu em 2011, com a entrada da PM no câmpus para retirar os alunos”, disse. A assessoria de imprensa da USP não se manifestou sobre a audiência. Além da reitoria, o prédio da direção do câmpus da USP Leste também está ocupado por alunos.