Em um ato com cerca de 250 pessoas, velas acesas e emoção, estudantes da USP homenageiam, em frente à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), na Cidade Universitária, o aluno da unidade Felipe Ramos de Paiva, assassinado na última quinta-feira, 18. Com sequestros-relâmpagos relatados com maior frequência no último mês - foram dois no Instituto de Química e dois na FEA - a USP se divide em relação à presença de policiais no câmpus do Butantã.
O reitor João Grandino Rodas defende a ação preventiva da polícia no câmpus. Em entrevista à rádio Estadão/ESPN, ele afirmou que, mesmo com dedicação, a Guarda Universitária não é "suficiente" para dar conta da violência no câmpus.
Segundo Rodas, alguns setores da USP são contrários à entrada de policiais no câmpus, pois se lembram dos tempos de ditadura, quando a PM tinha papel de repressora.
A Associação de Docentes da USP é uma das instituições contrárias à entrada da polícia no câmpus. "A polícia é treinada para matar. Nós não temos polícia para prevenir, e sim para reprimir", afirmou a professora do departamento de Matemática Heloísa Borsari, diretora da associação.
Durante a manhã, estudantes da FEA e de outras unidades protestaram por mais segurança, sem saber se isso significa a entrada da Polícia Militar no câmpus do Butantã. "O CA ainda não se posicionou sobre a PM, porque ainda não discutimos com os alunos", afirmou Maíra Madrid, diretora-presidente do centro acadêmico.
Após reunião com o vice-reitor da USP, Helio Nogueira da Cruz, e com o chefe de gabinete da reitoria da universidade, Alberto Carlos Amadio, a representante do CA adiantou que será acelerado o processo de licitação para nova iluminação no câmpus. Discutiu-se também sobre a presença da Guarda Universitária.
Em carta aberta ao reitor, o centro acadêmico questionou a ação tanto dos guardas como de vigilantes que ficam dentro de guaritas, sem inibir a ação criminosa.