As razões de cada um para escolher o Canadá

Daniela Carvalho, Leonardo Machado, Ana Carolina Moreno e Fernanda Andrade contam suas experiências

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Por Agencia Estado
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Quando começou a pesquisar os preços, Daniela Caldeirinha de Carvalho, de 25 anos, percebeu que os pacotes para o Canadá eram mais baratos que para os Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, e não teve dúvidas para fechar o negócio. Ela pagou US$ 1.180 pelo curso intensivo de inglês durante quatro semanas mais hospedagem em casa de família, e US$ 1.000 pelas passagens (em vôo noturno, sem escalas). Ficou em Toronto porque era "menos frio" e queria uma cidade que falasse exclusivamente inglês. "A cidade é muito limpa, organizada, segura. O sistema de transporte é excelente. Sem falar que tem muitos imigrantes, diminuindo a sensação de peixe fora d´água", conta. Daniela estudou inglês por quatro anos, mas desde os 18 não praticava. Com o curso intensivo no Canadá, o maior progresso foi na compreensão oral. "Em uma semana, meu ouvido ficou habituado ao inglês. Depois, deu para soltar bem a língua. No dia-a-dia, também aprendi várias expressões que não são conhecidas nas escolas de idiomas no Brasil". Para ficar fluente no inglês, ela acredita que ainda falta muito, mas já está em um nível avançado. Com um amigo coreano e outro brasileiro, ela viajou para Ottawa, Montreal e Quebec. "Uma atração obrigatória é a 1000 Islands", garante. Trata-se de um passeio de barco entre as mais de mil ilhas localizadas entre os Estados Unidos e o Canadá. "Em Toronto, é indispensável visitar a Toronto Islands, onde se chega através de uma balsa que sai do porto, na Union Station do metrô". Sobre o povo canadense, Daniela é minuciosa: "Muito educado, tranqüilo e solícito. Por mais de uma vez, quando estive um pouquinho perdida na cidade (apesar de ser bem difícil se perder), as pessoas espontaneamente ofereceram ajuda. É claro que eles são mais reservados, mas não senti qualquer hostilidade enquanto estive por lá". Cultura e movimento Leonardo Diogo Machado, 19 anos, preferiu a cidade de Montreal para fazer o curso intensivo de francês e ficará no país até junho deste ano. Bélgica e Suíça estavam na sua lista, mas logo foram descartadas devido ao alto custo de vida. O Canadá era a segunda opção, principalmente por viver entre as línguas inglesa e francesa. A movimentação cultural e a diversidade chamaram a atenção do estudante: "Aqui percebo que podemos falar de multiculturalismo sem hipocrisia", acredita. Para curtir uma balada, Machado sugere os bares da rua Saint-Laurent. Musée des Beaux Arts de Montréal e o Musée d´Art Contemporaine são os museus que ele indica para visitar. "Quem preferir um programa de cinema, Ex-Centris exibe filmes um pouco mais independentes". Lavar louça e cortar grama Auxiliando o inglês com o colegial, Ana Carolina Moreno participou do programa High School através do Rotary International, uma ONG especializada em criar pontes de amizades entre intercambistas. O programa seleciona candidatos anualmente e ela passou por um processo de entrevistas, ficou em primeiro lugar e pôde escolher o destino. Nova Zelândia, Noruega, República Tcheca e África do Sul estavam nos seus planos, mas o Canadá foi o escolhido por motivos financeiros. "Não conhecia ninguém que tivesse ido para lá e não alimentei expectativas". Ana Carolina ficou na cidade de Edson, na província de Alberta, Oeste do Canadá, em casa de família. "Eu não pagava pela hospedagem e era tratada como outro filho qualquer. Tinha o meu dia de lavar a louça, de cortar a grama e de limpar o banheiro". Na própria escola havia atividades extracurriculares e ela participou de uma greve de fome coletiva de 30 horas, com o objetivo de arrecadar dinheiro para o combate à pobreza na África. Pelo Rotary, Ana Carolina praticou jogos de sobrevivência na floresta e fez uma viagem de canoa. "Uma ótima dica, principalmente no verão, é uma visita ao Parque Nacional em Banff, e na Miette Hotsprings, um local com piscinas térmicas naturais bem no meio das Montanhas Rochosas. No inverno, a prática de snowboard e sky são bem comuns", explica. Imigrante A jornalista Fernanda Fatio de Andrade morou em Vancouver por dois anos e meio como estudante e turista, e agora está voltando como imigrante. Em fevereiro de 2003, viajou para o Canadá para fazer curso de inglês durante cinco meses e acabou estendendo a viagem. Ela estudou no The Canadian College of English Language, onde conheceu jovens da Turquia, Suíça, Coréia do Sul, Vietnã, Alemanha, Uruguai, México, Arábia Saudita. "Quase não havia brasileiros na escola, o que facilitou meu entrosamento com os outros alunos. Não tinha como ficar falando português o tempo todo", conta. "Vancouver é maravilhosa, com praias e montanhas a poucos minutos do centro. É segura e com muitas opções de passeios. Sinto que é minha cidade de adoção e me adaptei totalmente à vida lá", diz. Desde que viajou para o Canadá, Fernanda mantém um blog na internet (http://www.fenocanada.blogger.com.br/) para dividir a experiência com amigos e familiares. Na sua página na rede, também há links de outros brasileiros que estão morando no Canadá. Para quem quiser saber mais sobre o país e pegar algumas dicas é só acessar os diários eletrônicos: E-migrante http://e-migrante.zip.net/ Diário de Vancouver http://www.diariodevancouver.blogger.com.br/ A Sopa no Exílio http://www.asopanoexilio.blogspot.com/ Life in Canadá http://www.life-in-canada.blogspot.com Flocos de Neve http://flocodeneve.blogspot.com/

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