As provas que vêm depois de entrar na faculdade

Mesmo para aqueles que continuam morando com os pais, a vida muda

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ingresso numa universidade significa uma grande mudança na vida de quem conseguiu tal feito. Para muitos é o fim da boa vida de adolescente. Nessa hora, eles têm de trocar o aconchego do lar, a comida pronta e a roupa lavada pelas dificuldades da vida em uma república de estudantes ou em uma casa para viver e estudar sozinho. Mesmo para aqueles que continuam morando com os pais, a vida muda. Para alguns, trata-se um rito de passagem para a vida adulta. Para amenizar esse momento e evitar que os calouros sofram traumas logo de cara, as boas universidades têm programas de recepção aos novos alunos. A Universidade Estadual Paulista (Unesp), por exemplo, organiza, durante as primeiras semanas de aula, em todos os seus 16 câmpus, uma série de atividades para integrar os novos estudantes às respectivas unidades e a toda a universidade. ?É um ritual bem organizado?, explica o pró-reitor de Graduação, Wilson Galhego. ?Os calouros chegam cheios de entusiasmo e boa vontade. Não podem levar paulada logo de cara.? Na PUC de São Paulo a preocupação com os recém-chegados é semelhante. ?Nós procuramos munir os novos alunos com o maior número informações sobre o seu curso e a própria universidade?, conta o professor Helio Roberto Deliberador, assessor da vice-reitoria comunitária. ?O objetivo é torná-los capazes de enfrentar esse mundo novo, de formação pessoal e profissional. Fornecemos o que chamamos de kit bicho, que além de uma camiseta, contém um manual e outras informações sobre a PUC.? A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vai um pouco além nas suas boas-vindas aos calouros. Além de todas as informações sobre o curso, as unidades e estrutura do câmpus, os novos universitárias recebem até ajuda financeira, quando precisam. ?Como muitos de nossos alunos vêm de outras cidades, fornecemos uma bolsa atividade, no valor de R$ 150,00, para ele enfrentar os primeiros tempos em São Carlos?, informa a pró-reitora de Graduação da UFSCar, Alice Helena Pierson. ?Além disso, fornecemos moradia e bolsa alimentação.? O trote é outra questão com a qual as universidades se preocupam. Todas proíbem a violência. Há até aquelas, como a UFSCar, que realizam um trote diferente. ?Nós fazemos o que chamamos de trote solidário?, conta Alice. ?Os calouros têm de ir para a rua arrecadar alimentos, que depois são doados para entidades assistenciais. Além do trabalho social, é uma maneira de o estudante que vem de fora se integrar à cidade e a seus moradores.? Para evitar problemas, os alunos recebem algumas recomendações. ?Eles devem evitar, nos primeiros dias, andar sozinhos e beber demais?, aconselha Deliberador. ?E sempre que forem ameaçados ou sofrerem violência devem procurar os professores. Assim, eles poderão começar com esse período de crescimento e amadurecimento. Um tempo do qual mais adiante sentirão saudades.?

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