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'As portas estão abertas', diz aos estudantes o novo ministro da Educação chileno

Harald Beyer assumiu no lugar Felipe Bulnes, que renunciou ao cargo após 5 meses; Chile é palco de protestos estudantis desde abril

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Por Redação
Atualização:

Ao final de um ano marcado por violentas manifestações estudantis, o ministro da Educação do Chile, Felipe Bulnes, renunciou ontem ao cargo - tornando-se o segundo a deixar a pasta em cinco meses. O ministro da Agricultura, José Antonio Galilea, também pediu demissão. Ambos alegaram "razões pessoais" para abandonar o governo de Sebastián Piñera - que tem apenas 23% de aprovação, segundo pesquisa divulgada ontem.

 

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Bulnes, que tinha sido ministro da Justiça, assumiu a Educação em julho, em meio à onda de protestos de estudantes que exigiam reformas no sistema de ensino, praticamente sem aportes estatais. Camila Vallejo, que se destacou como líder dos estudantes, declarou que a renúncia mostra "o desespero do governo". "São incompetentes e foram forçados a mudar o gabinete sem resultados relevantes."

 

Ainda ontem, Piñera nomeou como novo ministro da Educação Harald Beyer, economista sem experiência política ligado ao Centro para Estudos Públicos. Luis Mayol, presidente da Sociedade Nacional Agrícola, principal grupo do setor no país, foi escolhido para assumir o Ministério da Agricultura.

 

O porta-voz do governo, Andres Chadwick, anunciou a mudança em uma coletiva de imprensa televisionada, descartando outras alterações no gabinete de Piñera.

 

Na cerimônia de posse, ontem, Beyer enviou sua primeira mensagem aos estudantes chilenos. "As portas estão abertas", disse, segundo o site do jornal chileno El Mercurio. O ministro quer reiniciar as negociações com as entidades representativas dos alunos após quase oito meses de greves e protestos.

 

"Temos que construir um sistema de educação mais equitativo, onde a aprendizagem de todos os estudantes seja a melhor possível e as oportunidades, as maiores possíveis", afirmou Beyer, para quem é possível chegar a acordos com os manifestantes.

 

Segundo o economista, uma pesquisa do Centro de Estudos Públicos indicou que, em geral, a população chilena apoia as mobilização, mas rechaça as "tomas" (ocupações de colégios e faculdades).

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