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As novas caras do vestibular

Enem pode se tornar exame unificado de universidades federais já este ano; USP e Unesp também anunciaram modificações

Por Ana Bizzotto
Atualização:

SÃO PAULO - Os candidatos aos principais vestibulares do País já se preparam para uma maratona de mudanças. USP e Unesp anunciaram alterações em seus exames já para este ano, enquanto o Ministério da Educação propôs transformar o Enem em processo seletivo unificado para universidades federais e particulares.

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A Unesp foi a primeira a anunciar alterações no vestibular, que passará a ter duas fases, em novembro e dezembro. A primeira terá 90 questões de múltipla escolha, com caráter eliminatório, que deixarão de ser divididas por matérias para valorizar a interdisciplinaridade. "Precisamos de alunos mais críticos, que saibam interpretar e contextualizar", disse a diretora da Vunesp, Tânia de Azevedo.

Na Fuvest, a primeira fase deixará de contar pontos na nota final e a segunda vai incluir questões dissertativas de todas as disciplinas - até 2008, só havia dissertativas de disciplinas ligadas à área do curso. "A proposta não altera conteúdos. O que muda é a maneira de aferir o perfil do aluno desejado", diz a pró-reitora de Graduação da USP, Selma Garrido Pimenta.

O novo Enem, com 200 questões e redação, será realizado em 3 e 4 de outubro. Pela proposta do MEC, os candidatos podem se inscrever em até cinco universidades. O prazo final para as instituições decidirem se vão aderir é 8 de maio.

Entre os favoráveis ao novo Enem está o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Almeida. A princípio, as mudanças só valem para os bacharelados interdisciplinares da UFBA, com foco em quatro áreas e duração de três anos. "Se a prova for semelhante à nossa primeira etapa e tivermos certeza da viabilidade jurídica, sem riscos de embargo por algum candidato, podemos usá-la para outros cursos já no próximo vestibular. O MEC prepara um parecer sobre essa viabilidade, que será submetido à aprovação dos conselhos universitários." Segundo Almeida, a logística já existe em virtude do ProUni, que concede bolsas em universidades particulares com base na nota do Enem. "É só questão de fazer uns ajustes."

 

Enem: mudar já ou depois?- Leandro Carabet, 17 anosFoi uma mudança muito rápida, deveria ser gradual e não tão radical. Querem mudar uma estrutura para a qual estamos nos preparando desde o 1º ano do ensino médio. A demora de explicações claras sobre como realmente vai ser a prova nos confunde e preocupa"

- Lílian Oliveira, 19 anosFoi uma surpresa, não estávamos nos preparando para essas mudanças. Não gostei, porque acho muito cansativo fazer cem questões por dia. Deveriam ser três dias de prova"

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- Thays Lencione, 20 anosEstá em cima da hora. Deviam ter definido isso antes do ano letivo ou se organizado para mudar no ano que vem. Tenho dúvidas em várias questões e tenho certeza que não sou a única"

7 universidades e o Enem- Unip Como é hoje: 10% das vagas são reservadas para quem fez Enem e opta por utilizar a nota obtida no exame Como fica: nota do Enem continuará a ser usada para 10% das vagas

- Estácio de Sá Como é hoje: desde 1998 quem apresenta nota do Enem fica dispensado do vestibularComo fica: aguarda mais detalhes do projeto para se posicionar

- PUC-MG Como é hoje: Enem será usado na seleção de 15% das vagas no vestibular de junhoComo fica: ainda não tem posição definida

- UFBAComo é hoje: não utiliza o EnemComo fica: novo modelo será adotado como fase única para 4 cursos inter-disciplinares já no próximo vestibular

- UFRJ Como é hoje: não utiliza o EnemComo fica: ainda não definiu, mas pretende adotar o novo modelo, que poderá substituir a 1.ª fase

- PUC-SP Como é hoje: nota do Enem representa 20% da pontuação se for maior que a nota da prova objetiva Como fica: continuará a usar o Enem associado ao vestibular

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- MackenzieComo é hoje: já usa o Enem; parte objetiva tem peso 1 e as questões do vestibular têm peso 2 Como fica: quer ver como será o novo modelo para tomar uma decisão

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