Anulação de questões do Enade faz MEC assumir prova

PUBLICIDADE

Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

Mais uma confusão envolvendo as avaliações realizadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep) levou o Ministério da Educação a concluir que precisará mesmo assumir a realização total das provas, sem terceirização. A anulação de 7% das questões do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2009, somada ao roubo da prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), demonstrou fragilidades no sistema atual de seleção e contratação das empresas responsáveis pela aplicação das provas. O atual presidente do Inep, José Joaquim Soares Neto, reconhece que a tendência do MEC é assumir a formulação da prova do Enade, como já faz com as questões do Enem. Mas também deve assumir maior papel na logística de distribuição e aplicação dos exames. A avaliação no ministério é que critérios de licitação como menor preço não servem para casos de avaliações educacionais complexas como as realizadas pelo governo federal. No caso do Enem, o consórcio contratado tinha a responsabilidade de imprimir, distribuir e recolher as provas, e nesse processo permitiu o roubo de um dos testes. No Enade, a empresa Consulplan, contratada por licitação, tinha também que elaborar as questões. No início de dezembro, o comitê de especialistas na área de comunicação social que analisou o Enade já havia anunciado a anulação de 11 questões. Quinze dias depois, as demais comissões, de outras 21 áreas, concluíram seus trabalhos indicando a anulação de mais 43. Um recorde na história dos exames, alcançando 7% das 745 questões formuladas para o Enade de 2009. São questões mal formuladas, que não atendem às diretrizes estabelecidas, podem ter mais de uma ou nenhuma resposta correta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.