O cenário que o ranking do Time Higher Education mostra já é um retrato do passado. A notícia é interessante porque mostra que o Brasil vinha evoluindo positivamente, mas os trabalhos que dão embasamento ao ranking podem ter sido publicados três, quatro anos atrás. E o fato do Brasil estar no ranking, mesmo que não entre as duzentas melhores, não é ruim, levando-se em conta que o volume de investimentos em ensino superior não é tão alto quando se compara com outros países como os Estados Unidos, por exemplo.
Na verdade, o país faz milagres nessa área. Na última década, o Brasil teve um aumento considerável no número de publicações científicas. Mas a questão é o que vai acontecer daqui pra frente, com um cenário de cortes nas universidades e também em pesquisas importantes. Subir num ranking desses é um trabalho de longa maturação, mas de rápida destruição. Não só a falta de investimentos como também os cortes tendem a aparecer mais para a frente e derrubar a posição do país em rankings importantes
PROFESSOR ASSOCIADO DO DEPARTAMENTO DE POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UNICAMP