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Análise: Precisamos avançar no debate sobre a reforma do ensino médio

'Falta de clareza na divulgação acabou por direcionar a repercussão para especulações e menos para o debate com contornos mais claros, com toda a comunidade educacional'

Por Priscila Cruz
Atualização:
Mudanças no ensino médio foram feitas por meio de Medida Provisória Foto: Paulo Liebert/Estadão

O ensino médio no Brasil precisa mudar. É uma etapa que há anos apresenta baixos indicadores de aprendizagem, altas taxas de abandono e reprovação. E é muito ruim que uma reforma tão necessária e complexa tenha sido apresentada pelo Ministério da Educação com informações insuficientes, dando margem para muita insegurança.

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A reforma tem dois grandes eixos fundamentais para garantir mais aprendizado e mais atratividade para os alunos, como muitas pesquisas já vêm mostrando nos últimos anos: a diversificação dos itinerários formativos e a ampliação da oferta de educação integral, ambos já estabelecidos como estratégias (3.1 e 6.1) no Plano Nacional de Educação. É fato que essas duas políticas já eram possíveis, mas dependiam de cada gestor e da capacidade técnica e financeira dos Estados em implementar bons modelos em maior escala. Pernambuco tem sido amplamente citado como um bom exemplo, mas sabemos que no Brasil o apoio da União para induzir e ampliar iniciativas na educação é essencial - foi assim, por exemplo, com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, inspirado em um programa do Ceará.

Infelizmente, a falta de clareza na divulgação acabou por direcionar a repercussão para especulações e menos para o debate com contornos mais claros, com toda a comunidade educacional, em relação às estratégias de implementação que assegurem resultados com qualidade, equidade, valorização docente, entre outros pontos importantes da agenda educacional. É urgente que o MEC esclareça todos esses pontos e possamos avançar no debate. 

PRISCILA CRUZ É PRESIDENTE EXECUTIVA DO MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO

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