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Análise: É preciso enfrentar as desigualdades na educação

Estudos mostram que questões socioeconômicas refletem em desigualdades de aprendizagem muito cedo, como na amplitude do vocabulário, no desenvolvimento motor e socioemocional

Por Ernesto Faria e Tadeu da Ponte
Atualização:

Os dados da ANA são mais um indicativo da dificuldade que temos ao enfrentar as desigualdades regionais. Já ao final do 3º ano do fundamental, a diferença entre os resultados dos Estados é muito grande, sendo, na maioria dos casos, reflexo de desigualdades socioeconômicas.

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Estudos mostram que questões socioeconômicas refletem em desigualdades de aprendizagem muito cedo, como na amplitude do vocabulário, no desenvolvimento motor e socioemocional, além da aquisição de habilidades e de conhecimentos. Essa desigualdade precisa ser combatida desde muito cedo, pois há muitas evidências de que ela só se amplia com o passar dos anos letivos, e revertê-la no ensino médio é quase impossível. Se olharmos só para os resultados do Norte e do Nordeste, 7 a cada 10 crianças não dominam as habilidades esperadas em Leitura e Matemática. Aliás, a desigualdade brutal em Matemática tão cedo chama a atenção, já que as questões familiares/econômicas, geralmente, têm menor influência se comparadas ao impacto que têm em Leitura.

Fazemos duas sugestões para o combate ds desigualdades: oferecer mais recursos pedagógicos para as escolas que atendem alunos de baixa renda. Havendo limitação de recursos, que se priorize a educação infantil e os primeiros anos do fundamental. Já a segunda é que de fato trabalhemos para uma implementação efetiva da Base Nacional Comum, e que a partir dela se tenha altas expectativas e suporte ao trabalho pedagógico dos educadores. Precisamos de escolas em que um aluno de baixa renda possa se desenvolver tanto quanto osmais favorecidos economicamente.

FARIA É DIRETOR DO INTERDISCIPLINARIEDADE E EVIDÊNCIAS NO DEBATE DA EDUCAÇÃO E PONTE É PESQUISADOR DO INSPER

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