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Ana Mae abre programação educativa do Itaú Cultural

Fundadora de bases da arte-educação contemporânea do País, Ana Mae Barbosa dá largada à série de atividades que o instituto promove este ano para educadores nesta quarta-feira. O evento já está com platéia lotada, mas pode ser acompanhada ao vivo pela internet

Por Agencia Estado
Atualização:

A escolha de Ana Mae Barbosa para abrir a programação da Ação Educativa do Itaú Cultural do ano não é um acaso. Fundadora de bases da arte-educação contemporânea do País, Ana Mae Barbosa dá largada à série de atividades que o instituto promove este ano para educadores nesta quarta-feira. A apresentação será realizada a partir das 19h na sede do instituto em São Paulo. Ana Mae vai falar da imnfluência da política no ensino da arte, de experiências importantes na história da arte-educação, como a Escola de Arte Brasileira dos anos 20 e a iportância da internet para o desenvolvimento do ensino. Mas as palestras da doutora, autora e educadora costumam tomar rumos surpreendentes e, por isso, como essa, estão sempre lotadas. É possível acompanhar a palestra ao vivo, pelo link: http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=1837 A vantagem de quem estiver lá é a participação no conteúdo da palestra. ?Boa parte da palestra consiste em localizar historicamente a experiência de quem está me ouvindo?, explica a autora de Tópicos Utópicos, John Dewey e o Ensino da Arte no Brasil e Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte. ?Passo dias planejando, escrevo tudo e nunca leio nada?, exagera. Dentro do roteiro planejado para educadores desenvolverem propostas de ensino a partir de exposições, objetos e reproduções de arte, Ana Mae reservou um bom espaço para a a história. A volta ao tempo chegará, mais precisamente, à década de 20, quando o paraense Teodoro Braga (conhecido como autor de obras de referência sobre pintura brasileira) fundou em São Paulo a independente Escola de Arte Brasileira. Vai lembrar também do pouco conhecido curso de arte que Anita Malfati ministrou no Mackenzie na mesma época, para chegar até o Modernismo. ?Que foi curiosamente um momento de defasagem da arte-educação do País com as vanguardas européias?, observa. Ou seja, apesar da ebulição e da ruptura na cultura, dentro das salas de aula, a proposta podia ser parnasiana, simbolista e até barroca. Ana Mae gosta de fazer os que tem mais de quarenta anos recordarem das rosáceas que reproduziam dentro das aulas de educação artística em suas infâncias. Ela conta ainda ? e provavelmente detatalhará na palestra da noite ? que da mesma forma curiosa, durante o rígido movimento neo-classicista, marco-zero desse tipo de ensino no País, a educação de arte brasileira encontrava-se em consonância com o pensamento do berço europeu. ?A arte contemporânea retoma essa consonância?, explica a hoje orientadora de mestrados que teve na sala de aula crianças como a hoje artista plástica Betty Leirner. Além de professores, representantes do terceiro setor também estão convidados para a conversa, que ocorre nas sala Itaú e Vermelha do Instituto que fica no número 149 da Avenida Paulista.

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