Americanos aproveitam (e como!) a folga da Primavera

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Por Agencia Estado
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?Spring break? é a senha para milhares de estudantes norteamericanos fazerem as malas ? com roupas muito leves ? e embarcarem rumo às belas praias do Caribe para liberar geral. A folga da Primavera é um costume de muitas décadas, mas nos últimos anos a diversão dos rapazes e garotas tem despertado preocupações até do Departamento de Estado. As bebedeiras e os embalos quentíssimos nas praias e festas deixaram para trás a idéia de um simples relax pós-Inverno. As praias paradisíacas e boates de Cancún (fotos), no México, começaram a ferver no início deste mês, e assim devem ficar até o fim de abril, quando termina a temporada. Calcula-se que 100 mil jovens sigam para além da Flórida e do Texas, chegando também às Bahamas e à Jamaica. Para muitos deles, as ?noites de beber-até-cair? fazem parte de um ?rito anual?, segundo um dos muitos sites especializados em programas e pacotes para estudantes. Playground no Caribe Agências dedicadas ao ?spring break?, aliás, são vistas como grandes incentivadoras do clima de pode-tudo fora do território norteamericano. ?Mais de 35 festas nos clubes mais quentes de Cancun, com mais de 50 horas de bebida grátis?, anuncia o site de uma das empresas, que oferece pacotes de uma semana ou mais, a preços que vão de US$600 a US$1.200. Para jovens proibidos por lei de consumir álcool em seu país, os anúncios apresentam o Caribe como um playground de bebidas, drogas e sexo. Um cartão comprado por US$ 75 a US$ 100 dá direito a passar a noite enchendo a cara. Esse tipo de pacote começou a ser oferecido em meados dos anos 80 e, desde então, foi se tornando produto obrigatório nas agências especializadas dos Estados Unidos e do Caribe. Código de ?civilidade? A conduta dos estudantes preocupa, primeiro, pelo fato de sujeitar os moradores locais a cenas nem sempre agradáveis. Há dois anos a administração da cidade de Cancun - que tem 500 mil habitantes - lançou um código de ?civilidade? para orientar os animados jovens que chegam a suas praias. Em fevereiro, o Escritório de Assuntos Consulares do Departamento de Estado norteamericano emitiu um alerta especial para o ?spring break? de 2004, lembrando que ?mais de 2.500 cidadãos americanos são presos a cada ano no exterior?, metade deles por envolvimento com narcóticos. O site do departamento tem área especial de orientação aos estudantes, lembrando que ?o fato de serem cidadãos americanos não os livra de processo criminal no Judiciário mexicano.? Mortes e prisões O consulado dos Estados Unidos em Merida informou ao jornal USA Today que em 2002 foram registradas duas mortes de estudantes norteamericanos em Cancun. Num dos casos, um rapaz bêbado caiu de cima de um balcão. Nada menos que 360 prisões foram feitas ao longo dos dois meses daquela temporada, e familiares nos Estados Unidos procuraram o consulado 504 vezes em busca de ?algum contato? com seus rapazes e garotas. Consumo excessivo de álcool e ?comportamento desregrado ou descontrolado? são os mais numerosos problemas registrados pelas autoridades locais. Além disso, as estatísticas de estupros têm crescido sensivelmente.

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