Alunos são indiciados por 3 crimes

Polícia ainda estuda enquadramento por formação de quadrilha; estudantes só serão liberados com pagamento de fiança

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Por Carlos Lordelo e Cedê Silva
Atualização:

Dois ônibus cheios com estudantes, um com 43 homens e outro com 20 mulheres, permanecem no 91.º DP, no Jaguaré, zona oeste, para onde foram levados alunos detidos na USP. Os universitários têm deixado os ônibus um a um para prestar depoimento. Quase todos estão sendo indiciados por três crimes e só poderão sair mediante pagamento de fiança de R$ 1.050. O valor pode variar de acordo com as condições de cada estudante. Pelas janelas dos veículos, os estudantes gritavam denúncias e palavras de ordem. "Isto é tortura", afirmaram alguns alunos, alegando que estão impedidos de ir ao banheiro ou beber água há mais de três horas. "Abaixo Rodas imundo. Fora PM do mundo", gritavam outros, em referência ao reitor, João Grandino Rodas.

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O delegado do 91.º DP Leonardo Simonato esteve na reitoria agora há pouco, acompanhando os trabalhos da perícia. Ele disse que, em princípio, os estudantes podem responder por desobediência a ordem judicial, dano ao patrimônio público e crime ambiental (por conta das pichações nas paredes). Outro delegado do 91.º DP, Dejair Rodrigues, disse que a polícia apura a possibilidade de indiciar os estudantes também por formação de quadrilha.  

"Nós estamos aqui para denunciar a ditadura na universidade", disse uma estudante detida no ônibus. "E isso não é crime." A Assessoria de Imprensa da reitoria informou que não comentará a desocupação e vai esperar o resultado da perícia para se manifestar.

 * Atualizado às 12h07

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