SÃO PAULO - Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira, 7, cerca de 600 estudantes da Universidade de São Paulo (USP) rejeitaram a proposta apresentada pela reitoria na tarde desta segunda-feira, 7, e decidiram continuar a ocupação do prédio da administração da universidade.
Os alunos ocupam o local desde a madrugada da última quarta-feira, 2, em manifestação contra a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária e contra processos administrativos envolvendo funcionários da USP.
O prazo dado pela Justiça para que os manifestantes deixassem o prédio terminava nesta segunda às 23h. Houve, no final da noite desta segunda, um conflito entre repórteres e manifestantes. Havia a expectativa de que a polícia pudesse fazer a reintegração de posse após às 5h.
Negociação
A negociação entre representantes da reitoria da USP e os estudantes que ocupam o prédio central da Cidade Universitária pouco avançou na reunião desta tarde.
Ao contrário do que afirmam os alunos que ocupam o prédio, o professor Wanderley Messias da Costa, diretor de Relações Institucionais da USP, afirmou que a universidade cedeu em relação à proposta feita no último sábado, 5.
Segundo Costa, a reitoria se comprometeu a não punir funcionários e alunos que sofrem processos administrativos relacionados a questões políticas com origem em protestos anteriores.
No sábado, o compromisso da reitoria, de acordo com o professor Costa, era apenas que fosse criado um grupo de trabalho para rever os processos de funcionários e estudantes. Para ele, a mudança representa uma evolução nas negociações.
Os representantes da USP, que deram a negociação por encerrada no fim do prazo fixado pela Justiça, também haviam confirmado a disposição de criar um outro grupo de trabalho misto - com representantes de funcionários e estudantes - para rever os procedimentos da PM na USP. “Mas está fora de cogitação a retirada da PM”, afirmou Costa, fazendo coro ao reitor João Grandino Rodas.
Na assembleia da última quinta-feira, os estudantes votaram que só deixariam a reitoria caso três pontos do movimento fossem contemplados: a retirada da PM, a revogação do acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e a retirada dos processos contra funcionários e trabalhadores.
Atualizada às 0h30