Alunos fazem ato no centro contra mudança na rede estadual de SP

Docentes e pais também participam do protesto organizado pela Apeoesp; Avenida São Luís foi completamente bloqueada

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Por Isabela Palhares
Atualização:

Atualizada às 20h25

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SÃO PAULO - Alunos, pais e professores realizaram mais um ato nesta terça-feira, 20, contra a reorganização escolar da rede estadual paulista. Eles são contrários à medida anunciada em setembro pelo governo Alckmin que vai organizar as escolas para que tenham apenas um ciclo de ensino (anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do fundamental e ensino médio).

O protesto, em frente à Secretaria de Educação, na Praça da República, foi organizado pela Apeoesp, principal sindicato de professores, que estimou a participação de 10 mil pessoas. A Polícia Militar não informou a estimativa de manifestantes. 

Os manifestantes se reuniram na Praça da República, em frente à Secretaria de Estado da Educação. Depois, seguiram em passeata pela Avenida São Luís, que ficou completamente bloqueada para carros. Eles foram até a Praça da Sé, onde encerraram o ato.   A reorganização tem sido alvo de protestos há três semanas, desde que alguns alunos e professores receberam a informação de que suas escolas seriam fechadas. A Secretaria de Educação não informou se haverá o fechamento de escolas.

Sula santos, de 53 anos, participou do ato porque é contra o fechamento da escola Mathias Aires, na Freguesia do Ó. "Meus dois filhos estudaram lá, a escola é ótima, os pais conhecem os professores, as salas não são cheias. E agora querem fechar. É muito triste", disse.   Aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA), o porteiro João Paulo Ribeiro, de 35 anos, disse estar muito tenso desde que ficou sabendo que sua escola, Miss Browne, na Vila Pompeia, pode fechar. "No começo desse ano já fecharam várias salas da escola, principalmente no noturno. Agora, estão falando em fechar tudo e é muito preocupante porque essa é a minha única oportunidade de estudar".

Novos protestos. A Apeoesp marcou para o próximo dia 29 um novo protesto contra a reorganização escolar. "O governo quer que a gente engula essa reorganização, que não tem nenhum embasamento ou justificativa pedagógica, mas sim mais uma redução de gastos, que já vem acontecendo há muito tempo na educação", disse Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato.

Outro lado. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que "as manifestações, embora legítimas, não podem desinformar e alimentar em pais e alunos falsos temores. Também não podem sobrepor o direito dos estudantes paulistas por uma educação de mais qualidade".

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A nota diz ainda que São Paulo tem atuado para a "entrega de escolas melhores, com ambientes mais preparados para cada faixa etária e com profissionais capacitados para atender às necessidades destes estudantes".

Segundo a pasta, as informações "propagadas por um sindicato com claras pretensões políticas" tenta "inviabilizar melhores condições aos alunos e também aos profissionais da rede estadual". 

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