Alunos da Faculdade de Direito da USP decidiram permanecer paralisados até segunda-feira, dia 17. Os estudantes manifestam repúdio ao processo de mudanças na biblioteca e atitudes do vice-diretor, Paulo Borba Casella, que na sexta-feira passada tentou revogar ordem de transferência dos livros para o prédio histórico.
Enquanto os alunos participavam de assembleia nesta manhã, cerca de 30 caixas com livros que estavam no prédio anexo, na rua Senador Feijó, estão sendo transferidos para o prédio histórico. As mundanças do acervo prococaram a manifestação ocorrida na quarta-feira no pátio das Arcadas e a paralisação dos alunos.
Professores também apoiam os alunos. "Essa é uma manifestação em defesa da ordem, todas as instancias são respeitadas" afirmou o professore de direito administrativo, Fernando Menezes. Na segunda-feira, os estudantes farão nova reunião para definir como se portarão.
Decisão judicial da semana passada já exigiu a transferência dos livros encaixotados do prédio anexo, na rua Senador Feijó, para o histórico. Na última sexta-feira, dia 7, depois da ordem, enquanto o atual diretor, Antonio Gomes Magalhães Filho, estava hospitalizado, o vice-diretor Casella tentou revogar a ordem de transferência, ameaçando, inclusive, funcionários. Casella é ligado ao ex-diretor da faculdade João Grandino - o atual reitor da USP e responsável pela mudança na biblioteca. Alunos pedem a renúncia de Casella da vice-diretoria e até a saída de Rodas.
No ato da noite passada, Magalhães foi ovacionado pelos estudantes. Eles entendem que o atual diretor está sendo pressionado pela reitoria da USP para manter os livros no anexo. O diretor afirma que até sábado todos os livros encaixotados estarão de volta ao prédio histórico. "Eu faria a mudança de forma mais pensada, mas agora nao há o que fazer. Temos que resolver", afirmou.
O diretor, que defende a "expansão" da biblioteca, não quis comentar a atitude de seu vice e afirmou manter boas relações com Rodas. Ele informou que está negociando com a reitoria prioridade para a liberação de verbas para a reforma do prédio na Rua Senador Feijó - que também não tem prazo definido para a conclusão.
Salas de aula
O batismo de salas com nomes dos doadores - o escritório de advocacia Pinheiro Neto e os herdeiros do banqueiro Pedro Conde - também provocou prolêmica. A tradição é que as salas sejam nomeados por antigos professores da faculdade, condição na qual os dois não se encaixam.