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Alunos da UFRJ decidem em assembleia que continuarão ocupando a reitoria

Estudantes pedem melhoria das instalações e imediato pagamento dos funcionários terceirizados, que estão com os salários atrasados

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Os cerca de 100 estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que ocupam desde a tarde de quinta-feira a reitoria, na Ilha do Fundão, decidiram, em assembleia que terminou de madrugada, continuar por lá. Eles lutam pela melhoria das condições físicas da universidade, e pelo imediato pagamento dos funcionários terceirizados, em especial os das áreas de limpeza e da segurança, atrasado desde março. A ocupação é por tempo indeterminado.

Depois de se reunir com alunos e com decanos, o reitor, Carlos Levi, anunciou nessa sexta-feira que os 54 mil alunos ficarão sem aulas na segunda-feira como um protesto pelo atraso nos repasses dos salários, segundo ele, provocado pelo fato de a empresa contratada, a Qualitécnica, não ter "honrado seus compromissos". Levi se reuniu com os alunos anteontem e disse que a paralisação pode ser prorrogada. Ele considerou a ocupação da reitoria"positiva". Na segunda, está marcada reunião entre o reitor, diretores e alunos às 16 horas. O Estado procurou a Qualitécnica mas nenhum funcionário atendeu o telefone. 

Funcionários terceirizados da UFRJ estão com os salários atrasados Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

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"Não tem como a universidade funcionar sem que os funcionários recebem os salários. A universidade não pode ser conivente com esse regime de trabalho. A responsabilidade pela contratação da empresa foi da reitoria, ela é que tem que se responsabilizar pelo pagamento, assim como o governo, que está cortando verbas para a educação. Ninguém é santo", disse o estudante Julio Anselmo, que estuda filosofia e integra o Diretório Central dos Estudantes. 

Segundo o grupo acampado, a mobilização já teve dois resultados: a abertura do edital do auxílio-moradia, que é pago aos estudantes que têm renda familiar per capita de menos de um salário mínimo, em junho, com promessa de pagamento em julho, e a realização de um censo para levantar quantos são os moradores dos alojamentos, necessária para a formulação de políticas para melhorar suas condições, lotadas e precarizadas.

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