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Alunos da PUC-SP arrancam arame farpado e o 'devolve' à reitora

De acordo com a reitoria, instalação visava à melhoria das condições de segurança da comunidade

Por Carlos Lordelo e Cristiane Nascimento
Atualização:

Na noite desta segunda-feira, 4, os alunos da PUC-SP retiraram o arame farpado que havia sido instalado sobre um dos portões de acesso ao câmpus de Perdizes, zona oeste da capital. Em comunicado aberto à reitora Anna Cintra, os estudantes afirmam ter ficado "lisongeados" (sic) com a preocupação com a segurança da comunidade, mas alegam que não precisam desse tipo de proteção. Depois de arrancado, o arame foi colocado em frente à entrada principal da reitoria.

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Ainda na carta aberta, os jovens pedem maior abertura para o diálogo: "Professora, faça jus à suas palavras ao menos uma vez e venha conversar antes de nos impor a violência. Diálogo é uma palavra que tem mais significado do que um simples endereço de email, como o que a senhora, tão dissimulada, criou no final do ano passado."

Procurada pela reportagem na manhã desta terça-feira, 5, a reitoria da universidade ainda não se manifestou. Em comunicado anterior, a gestão de Anna Cintra explicava a instalação do arame farpado como uma medida que estaria dentro de um contexto mais amplo, que visaria à melhoria das condições de segurança da comunidade.

Alunos que não reconhecem Anna Cintra como reitora legítima dizem. A professora foi nomeada para a reitoria apesar de ter ficado em terceiro e último lugar na eleição da qual participaram alunos, funcionários e docentes. A escolha do grão-chanceler da PUC-SP, o cardeal d. Odilo Scherer, revoltou parte da comunidade acadêmica, que fez greve no fim do último semestre letivo.

Na semana passada, a reitora discutiu a segurança no câmpus de Perdizes e no entorno com representantes da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, além do subprefeito da Lapa e de membros dos Conselhos Comunitários de Segurança da Lapa e de Perdizes. Na pauta do encontro, a realização de festas na universidade ganhou destaque. Estudantes ouvidos pela reportagem dizem ser comum ver colegas pulando o portão da Rua Monte Alegre para entrar nas festas que terminam depois do horário de funcionamento da instituição.

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